Nutrientes disponíveis para as plantas

A planta necessita de minerais para a formação de suas substâncias como o nitrogênio e enxofre que formam as proteínas, como magnésio e ferro que fazem parte do núcleo da clorofila, como fósforo que é indispensável para a transferência de energia, tanto para  crescimento como para os processos metabólicos. Mas existem outros nutrientes que agem especialmente como catalisadores de enzimas, como o potássio e a maior parte dos micronutrientes.

Estes nutrientes devem existir na terra em forma facilmente aproveitável. Por isso, até há pouco se aplicavam adubos solúveis em água para fornecer os nutrientes de maneira mais facilmente aproveitável para a planta. Mas as chuvas as lixiviaram e eles se ligaram a outros elementos no solo, de modo que sua solubilidade na água não garantiu uma boa nutrição da planta.

Lembrava-se que na natureza uma camada tênue na superfície de matéria orgânica constitui toda riqueza da terra. E se a destoca de uma mata for feita com lâmina, removendo-se esta camada tênue de húmus, a terra restante era quase estéril, não produzindo nada. O mesmo ocorre após o terraceamento da terra com lâmina. A fertilidade do solo restringe-se à camada superficial, onde há restos orgânicos e vida tanto de microrganismos como de pequenos animais.

A forma orgânica dos nutrientes, sem dúvida, é a mais facilmente aproveitável. Porém um solo pobre, onde falta especialmente nitrogênio, fósforo e micronutrientes, não é capaz de produzir suficiente em matéria orgânica e nem as plantas mais robustas, como mucuna preta, conseguem se desenvolver.

Quero dar dois exemplos: na recuperação de terras ácidas, plantei mucuna. Mas esta não somente nasceu muito mal mas durante dois anos não conseguiu crescer mais que um palmo. Resolvi aplicar 200 kg/ha de Yoorin, um termofosfato rico em fósforo, cálcio, magnésio e enriquecido com boro e zinco e passei a grade. Ocorreu uma explosãoo verde.  A semente de mucuna nasceu agora e dentro de meio ano produziu enorme quantidade de massa verde.

Um  amigo meu que se dedica à agricultura biológica, apesar do composto feito de estrume de gado e palha, tinha pastagens pobres e campos pobres e viviam num verdadeiro ciclo de miséria. Aconselhei a por fósforo nos campos e pastos, o que ele recusou por não querer colocar adubo. Finalmente resolveu por fosfato natural junto ao seu composto e o milagre se deu. Era uma verdadeira explosão verde que ocorreu e dai em diante os campos são anualmente melhores e mais produtivos.

Portanto, a filosofia da adubação verde deve ser a seguinte:

  1. nunca usar adubo como paliativo para contornar adensamentos do solo
  2. sempre usar os nutrientes deficientes enquanto se criam variedades adaptadas ao seu solo.

O nutriente mais necessário mas igualmente mais perigoso é o nitrogênio. Perigoso porque em caso de desequilíbrio com outros nutrientes, torna a planta suscetível à pragas e doenças.