O solo precisa sempre estar coberto por uma camada de folhas, galhos, flores, que vão aos pouquinhos se decompor, ajudando a alimentar todos esses seres microscópicos. E as máquinhas pesadas como tratores “amassam” tanto a terra que o ar e a água não conseguem mais entrar, e sem ar e água, a vida não prospera.
Nesta história, os “parasitas” são seres adaptados a um meio degradado. Com o maltrato da terra, os serzinhos benéficos que a habitavam não encontram mais condições de viver ali. E surgem os parasitas para atacar as plantas que ficam desnutridas, fracas, doentes e indefesas.
“Falta o inimigo natural”, os homens vão dizer. Mas o que falta mesmo é estudarmos e cuidarmos do solo, além de mantê-lo sempre coberto. A matéria orgânica não é alimento para o solo ou planta, mas sim para a microvida que o habita. Só assim deixaremos de ser “os melhores amigos dos parasitas”.
Esta história conta sobre a saga de Três Gotinhas de Chuva, mas é também a história que nos mostra a grande importância do solo. Tatá, Pepe e Gigi caem do céu sobre a vegetação e deslizam suavemente até chegar ao solo. Quando “amparadas” em suas quedas, não machucam a terra, pelo contrário. Mas de nada adianta a chuva cair se ela não puder penetrar na terra. É aí que se formam as inundações, enchentes e erosões.
A terra precisa ser porosa e são as portas de entrada da água. A chuva molha a terra e ajuda as plantas a crescerem, porque elas não comem, mas bebem da solução do solo.
Ana Primavesi dizia: “A chuva que cai do céu não faz a planta crescer; a planta cresce da água que penetra na terra.”
Assim, este livro fala sobre a água, mas também sobre o solo, sobre as plantas, os bichos, e também o homem. Todos se conectam numa rede de colaboração, e essa visão é o pilar da Agroecologia, ciência que Ana tanto ensinou.
“O grão de trigo” é um conto do livro “A Convenção dos Ventos: Agroecologia em contos”, de Ana Maria Primavesi. Por ser um texto sensível e didático, muito adotado em escolas e cursos de Agroecologia, foi escolhido para ser publicado separadamente, com ilustrações de Veronica Fukuda. Esta publicação reforça a intenção de se ensinar Agroecologia nas escolas, tendo os livros de Primavesi como bibliografia básica.
Micronutrientes, os Duendes gigantes da Vida trata sobre um mundo invisível sob os nossos pés. É um mundo cheio de relações, proporções, associações e sobretudo leis, que atuam com o propósito de dar continuidade à vida. Neste universo paralelo, a vida alcança dimensões astronômicas em suas potencialidades.
A palavra micro designa algo muito pequeno em seu tamanho, e os micronutrientes têm este nome porque são muito eficientes em pouca quantidade. É famosa a história da neta de Ana que sofreu com uma anemia severa ao nascer, e que mesmo com todas as tentativas de fazê-la absorver o ferro, isso não acontecia. A solução veio do micronutriente cobalto: faltava apenas um átomo para que ele mobilizasse o cobre, e o cobre, por sua vez, mobilizasse o ferro. Com a adubação certeira da avó, essa menina floresceu. Um átomo, uma proporção, e uma associação que significaram a diferença entre a degeneração ou o resplendor.
Nestes contos, Ana Primavesi desvenda o mundo das abelhas, das formigas, conta sobre a ação dos ventos e das bactérias no solo, bem como o efeito do arado, que desagrega seus grumos. Fala sobre a fotossíntese e a germinação do grão de trigo, que tem sua programação definida. Sensibiliza sobre a questão das queimadas, e a situação do rio Tietê, sensibilizando nosso olhar nestes e outros aspectos.
Manual do Solo Vivo é um livro básico. Como Manual, ensina a base de todo conhecimento que se deve ter para se lidar com a terra, cuidando para que esta se mantenha viva e assim possa gerar mais vida. Ana explica de maneira didática as peculiaridades do solo tropical e suas diferenças de manejo com o solo temperado. A cor, o cheiro, a ação do vento, a colocação e ação da matéria orgânica, o exame das raízes, a adubação verde e o plantio direto são alguns dos diversos assuntos tratados pela autora, que tem o incrível dom de cativar as pessoas com sua maneira simples e amorosa de lidar com a natureza.
Lançado em celebração ao seu centenário de vida, esta obra chega a nós como Cartilha-testamento de Ana, um material no qual devemos nos debruçar e fazê-lo chegar às escolas, para que uma geração se forme consciente da importância da preservação do solo vivo. Vamos conhecer melhor o comportamento das minhocas, o papel dos nutrientes, das enzimas, do fogo, entender a compostagem e conhecer melhor as plantas indicadoras. Um assunto engatado ao outro, num jeito tão Primavesi de nos ensinar: tratando a natureza com o máximo respeito, e sobretudo, amor.
Ana Primavesi desde pequena observava seu pai na criação de gado, nas terras que pertenciam à família na Áustria. Quando, já no Brasil, Ana iniciou sua carreira universitária na Universidade Federal de Santa Maria (RS-Brasil), apesar de se dedicar quase integralmente ao manejo biológico do solo e à nutrição mineral das plantas, sempre teve um carinho especial pela pecuária, procurando encontrar causas e soluções para as diferentes dificuldades; desde o manejo do solo, a nutrição mineral de plantas e animais à visão que buscava analisar o conjunto de informações e suas interações. É um livro 2-em-1, porque foi condensado num mesmo livro o Manejo Ecológico de Pastagens e A Produtividade das Pastagens Nativas.
Quando uma planta nativa aparece em um lugar, é porque todas as condições lhe são favoráveis. Milhares de sementes caem em um metro quadrado do chão, mas somente algumas centenas conseguem nascer e poucas dezenas e até poucos exemplares conseguem se desenvolver. A planta nativa pode servir de “indicadora” porque acusa perfeitamente as condições do solo e do microambiente em que está. São ecótipos, e por elas, podemos “ler” nossos solos, estabelecendo relações múltiplas que nos habilitam a manejá-lo ecologicamente.
Esta é a biografia de Ana Primavesi. Escrito com a colaboração da própria Ana e de toda a família, bem como a de amigos e profissionais da área, este livro mostra a força desta mulher que rompeu barreiras em todos os âmbitos de sua vida, perseverou, lutou e fincou suas bases na Agronomia, tornando-se um dos nomes mais importantes quando se busca por uma prática agrícola ecológica. Leia mais sobre a biografia de Ana aqui mesmo no site na aba: “biografia”, que foi totalmente baseada neste livro.
A Biocenose do solo é a ação recíproca entre solo-planta-microvida. Neste livro, de autoria de Ana e Artur Primavesi, estas relações se aprofundam e são explicadas de maneira a nos fazer entender como as relações entre todos os processos se dão. Também é um livro 2-em-1 porque une duas obras em um só livro: A Biocenose do Solo na produção vegetal & Deficiências Minerais em Culturas.
Manejo Ecológico de Pragas e Doenças é um livro que faz a transição da agricultura Convencional à Agroecológica. Neste processo, em que o solo está em fase de recuperação, as plantas ainda apresentam deficiências e com isso “pragas” podem surgir. O livro conduz o agricultor a conquistar sua autonomia no campo, e suas receitas são temporárias. Assim que o solo estiver vivo, nenhuma delas será mais necessária.