referências

Autores e obras que fizeram parte da formação de Ana Primavesi como engenheira agrônoma

Professores da Boku - Hochschule für Bodenkultur,

onde Ana Primavesi estudou na Áustria (Atualmente University of Natural).

Franz Sekera

Professor na Boku em Química inorgânica, Bioquímica e Microbiologia, ou Landwirtschaftlich-Chemische Technologie. Ele mostrava o íntimo entrosamento entre o solo, as plantas e a micro população que o compõe, e que as qualidades físicas e, indiretamente, as características químicas do solo são altamente dependentes da microvida que o habita, dependendo esta, por sua vez, da vegetação e das condições do solo. Sekera se habilitou em 1938 com a tese “A análise estrutural do solo como base para a avaliação de seu balanço hídrico”, e desde 1939 dirigiu o recém-criado Instituto de Biologia do Solo e Nutrição Vegetal, na Bodenkultur ou Boku, (Solos e Culturas). Com apoio de Johannes Görbing criou o Serviço de Saúde do Solo (Bodengesundheitsdienst) na Alemanha e depois na Áustria. O foco maior de suas atividades e estudos era a estrutura do solo (com agregados biologicamente estabilizados à ação da água) com relação à vida do solo. A partir dai surgiram recomendações de uso de culturas intercalares, culturas de cobertura e cobertura morta. Uma síntese de seus trabalhos foi seu livro Gesunder und kranker Boden. F. Sekera foi um dos professores que mais influenciaram Ana Primavesi.

Johannes Görbing

Foi consultor Agrícola em sua empresa de pesquisa Forschungsanstalt für Bodenkunde und Pflanzenernährung, perto de Hamburgo, e que criou com Franz Sekera o Serviço de Saúde do Solo (Reichsbodengesundjeitsdienst). Sua publicação mais importante foi Die Grundlagen der Gare im praktischen Ackerbau (fundamentos da fertilidade biofísica do solo na agricultura), obra clássica na área da agricultura ecológica. Esse professor mudou o rumo de Ana Primavesi na agronomia, ensinando a ela a análise biofísica do solo, com determinação da Bodengare (saúde do solo vivo, com grumos ou agregados estabilizados biologicamente), utilizando o Diagnóstico da Pá reta (Spatendiagnose).

Herman Kaserer

Professor na Boku em Produção agrícola com foco em preparo do solo, rotação de culturas, adubação mineral, preparo de esterco de curral, desenvolvimento radicular, fisiologia da germinação.

Professores e Cientistas que marcaram a vida profissional,

mantendo intensa correspondência com Ana Primavesi:

Walter L. Kubiena

Professor na Boku de Geologia e Ciência do Solo, com especialidade em micromorfologia do solo. Não foi professor de Ana, mas colaborador na vida profissional. Seu livro mais importante foi Die Mikromorphometrische Bodenanalyse (Análise micromorfométrica do solo) e Micropedology.

Werner Bergmann

Professor da Universidade Friedrich-Schiller em Jena, colaborador de Ana. Considerado uma sumidade em Nutrição de Plantas e Adubação e estudioso em relacionar deficiências minerais de plantas e alimentos com a saúde humana, especificamente o magnésio e micronutrientes. Um de seus livros importantes foi o de figuras de sintomas de deficiências minerais em plantas: Plant diagnosis and Plant analysis.

Ernst Klapp

Seus trabalhos com manejo de pastagens naturais e cultivadas considerando a Sociologia vegetal (Pflanzensoziologie) marcaram Ana. A Obra prima foi Wiesen und Weiden (pastagens nativas e cultivadas), e Lehrbuch des Acker- und Pflanzenbaues (Manual de manejo de solo e plantas).

Andre Voisin

Professor colaborador de Ana, especialista em sistema de pastejo rotacionado intensivo, bem como o manejo nutricional da pastagem e dos animais.

Selman Abraham Waksmann

Um dos pais da microbiologia do solo. Principles of Soil Microbiology (1927); e Soil Microbiology (1952) foram sempre consultados e citados pelo casal Primavesi em suas publicações mais técnicas.

Livros e trabalhos que marcaram o conhecimento de Ana:

Esta lista serve somente como ponto de partida para aqueles que se interessam pela trajetória acadêmica de Ana Primavesi. Sua biblioteca conta com mais de 5.000 títulos, e seria impossível listá-los aqui no site. A não citação de alguma obra ou autor não significa a pouca relevância na formação acadêmica de Ana Primavesi.

Die Chemie, de Justus Von Liebig

Estudioso da fisiologia vegetal, foi quem desvendou que as plantas absorviam compostos inorgânicos e não orgânicos, como se acreditava na época. É chamado de “o pai da agricultura química” por ter defendido o uso do composto NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).

Manejo da Biomassa e do Solo Visando a Sustentabilidade da Agricultura Brasileira

Dr. Shiro Miyasaka foi um grande amigo de Ana Primavesi. Participou de palestras e Encontros de Agroecologia com ela e juntos colaboraram para aprimorar o manejo agrícola. Dr Shiro foi o responsável por introduzir a cultura da soja no Brasil e escreveu o maior livro sobre esta cultura: A soja no Brasil

Monoculturas da Mente de Vandana Shiva

A autora e Ana participaram juntas de alguns Encontros. Vandana é uma ativista importante na defesa dos direitos dos agricultores contra grandes empresas multinacionais que defendem o patenteamento de sementes.

O escândalo das sementes de Patrick Roy Mooney

Mooney é autor e coautor de livros sobre a política de biotecnologia e biodiversidade pela indústria e perpetuar a riqueza genética dos países pobres. Mooney teve seu livro The seeds of the Earth, traduzido pelo professor Adílson Paschoal, e aqui no Brasil o livro foi publicado com o título: “O Escândalo das Sementes”, financiado pelo empresário gaúcho Arnaldo Gueller, grande patrocinador de muitas causas da Agricultura Orgânica no Brasil. Gueller distribuiu gratuitamente todos os exemplares da obra. “O livro começa pelo questionamento da política em favor das variedades altamente produtivas da agricultura convencional, que se transformou em engenharia genética, biotecnologia e transgênicos”, diz o professor Adilson.

Plantas Doentes pelo uso de Agrotóxicos de Francis Chaboussou

O autor explica a teoria da trofobiose, em que a influência de desequilíbrios nutricionais provocados por defensivos aumentam a suscetibilidade da planta parasitas e patógenos. Ana Primavesi consta da bibliografia do livro.

Primavera Silenciosa de Rachel Carson

Ana Primavesi tem as duas versões, em português e inglês. Carson foi bióloga marinha e escreveu diversos artigos e livros. Esta obra mostra como o uso dos agrotóxicos tinha efeitos nocivos ao ambiente. Referência na literatura agroecológica, tornou-se um clássico.

Adilson e Ana foram muito amigos. A consciência ecológica e a falácia do modelo agrícola industrial embasaram as palestras de ambos em Encontros de agroecologia. Adilson foi o cientista que criou a palavra agrotóxico e é uma das maiores autoridades em ecologia do país.

Yoshio Tsuzuki

Nascido no Japão, formou-se em agronomia e veio para o Brasil, em 1953. Trabalhou na Bayer de 1959 a 1963, vendendo agrotóxicos, e
era o campeão de vendas da companhia. Das 9 mil toneladas produzidas, um terço, ou 3 mil toneladas, eram vendidas por ele. Trabalhava com metas a cumprir, e a receita dependia da cota que deveria ser vendida, não do que realmente era preciso ser usado. Com o tempo, Tsuzuki percebeu que os produtos que vendia não eram suficientes para acabar com as pragas, que ressurgiam incessantemente. Em 1968, apareceu a ferrugem do café e o governo obrigou os agricultores a usar cobre na plantação. “Vendi muito. Mas naquele tempo eu já sentia, percebia, que o agrotóxico não ia combater até o final as doenças e pragas, porque andando no campo a gente via cada vez mais insetos resistentes aos agrotóxicos. O acaricida não matava mais os ácaros e várias pragas que eu não conhecia apareciam. Muitas doenças não se curavam mais com fungicidas. E aí eu pensei que aquilo estava errado, que eu estava há muitos anos errado, vendendo agrotóxicos. Então, em um ano, liquidei todas as firmas e comecei a minha segunda vida, sem agrotóxicos, sem uma grama de agrotóxicos”.
(a história completa de Tsuzuki está na biografia de Ana Primavesi)

Um Testamento Agrícola de Sir Albert Howard

Um dos precursores da agricultura orgânica, Howard mostra a importância da matéria orgânica sobre o solo (Processo Indoor). Talvez o pioneiro científico da agricultura orgânica-ecológica, relacionando também saúde vegetal e humana.

A Vida Secreta das Plantas de Peter Tompkins & Cristopher Bird

O surpreendente domínio da consciência vegetal.

Biological Transmutations do professor C. Louis Kervran

Em processos orgânicos, foi observado que ocorriam algumas reações químicas das quais formavam-se novas substâncias a partir dos elementos que a originavam. A isso foi dado o nome de transmutação biológica. (Obs: essa reação é parecida com a que ocorre numa bomba atômica, com a diferença da quantidade de energia. Uma é extrema, a transmutação é baixa.)

Thomas Wallace: The Diagnosis of Mineral Deficiencies in Plants by Visual Symptons

Sir Edward John Russell: Plant Nutrition and Crop Production (1947), Soil Conditions and Plant Growth (1961).

Fritz Scheffer e Erwin Welte Lehrbuch der Agrikulturchemie und Bodenkunde (1955).

Paul Wilhelm Eduard Vageler: Grundriss der Torpischen und Subtropischen Bodenkunde (1938).

Wilhelm Kühnelt e seu livro Bodenbiologie (1942).

Wolfgang Bussler: especialista em nutrição vegetal, em especial micronutrientes. Editor da revista científica Zeitschrift für Pflanzenernährung und Bodenkunde.

Frank Barron Morrison: Feeds and feeding (1957), interessando a Ana os problemas relacionados à deficiência de nutrientes minerais.

Nil Ratan Dhar: com a ideia de utilizar resíduos vegetais de trigo enriquecidos com fosfato para fixação assimbiótica de nitrogênio no solo.

Jorge Samuel Molina: na Argentina, recuperou solos salinos desérticos com adição de resíduos vegetais de sorgo. Foi quem providenciou a tradução para o espanhol do livro Manejo ecológico do solo.