As sementes de plantas nativas não nascem enquanto suas condições não lhes são favoráveis. P.ex. quando comprei meu sítio, todas as terras eram cobertas, quase exclusivamente, com capim carrapicho (Cenchrus equinatus) próprio de solos muito compactados. Esta planta produziu centenas de sementes. Mas eu sabia que quando mudassem as condições do solo, este capim carrapicho não teria mais condições de crescer e outras plantas iriam se instalar e ocupar o lugar dele, o que de fato aconteceu.
Plantas nativas sempre são ecótipos adaptadas ao solo e ao clima, indicando problemas físicos e químicos do solo que tentam sanar. A concorrência com outra cultura por luz e água ocorre especialmente em clima temperado mas raramente em clima tropical. Cada cultura agrícola “cria” suas invasoras próprias conforme a) a exploração dos nutrientes b) a exposição do solo ao sol e chuva e c) às excreções de suas raízes e talvez também d) pela agressividade de aerosóis exalados pelas folhas.
Se elas são hospedeiras de pragas ou de seus inimigos, certamente é importante, porém o mais importante é o empobrecimento do solo enraizado em um ou outro mineral nutritivo que, fora o Nitrogênio e o Enxofre, quase todos são catalisadores, ou seja, ativadores de enzimas catalisadoras. Se um faltar, a planta não consegue formar uma determinada substância. Esta permanece semielaborada, circulando na seiva e emitindo um cheiro específico que avisa aos parasitas que ali tem algo para comer. Ao mesmo tempo, esta substância avisa aos inimigos naturais que aqui ali tem um parasita para ser comido. A “Guerra química” entre as plantas e entre plantas e insetos é muito intensa.