A batatinha é nativa do Peru, ou pelo menos dos Andes. E sua multiplicação é apomítica. Dizem que faz 500 anos que plantam batatinhas sempre de tubérculos porque estes suportam bem a seca e o frio que ainda reina quando são plantadas. Plantinhas novas morreriam. Assim, existem as mais belas variedades de batatinhas, estriadas, com pintas, brancas, vermelhas, pretas, amarelas e outras. Mas a maioriaé muito pequena. Não são maiores do que um grão de feijão-de-porco bem desenvolvido. Acreditam que sejam as variedades que, por natureza, são pequenas.
Mas quando, há 400 anos, levaram batatinhas para a Europa, deram-nas de presente para a rainha da Inglaterra. Ninguém sabia o que fazer com elas e os jardineiros reais não se encantaram com suas flores então resolveram, mais tarde, dar de presente ao ”rei soleil” (rei sol) Louis XIV da França que colecionava curiosidades. Ele chamou as batatinhas de “pommes de terre”, maçãs da terra. E como toda a Europa queria imitar o luxo e as extravagâncias da corte de Versalhes, o rei da Prússia Frederico II ficou mais do que encantado quando recebeu algumas batatinhas para seus jardins.
Mas prussiano sempre é prático, e como as flores não lhe encantavam, mesmo sendo presente da gloriosa França, teve a boa ideia de multiplicar as batatinhas e dar algumas a todos seus cidadãos para que eles a plantassem. Plantaram por ordem do rei, mas ninguém sabia o que fazer com elas. “São maçãs da terra”, foram informados, mas não eram nada gostosas para comer. Aí o próprio rei resolveu obrigar seus súditos a comerem as batatinhas. Era uma comida estratégica, que enriqueceu as colheitas de grão, e que davam ainda para colher, mesmo se tropas inimigas passassem por cima delas. Os emissários do rei iam de casa em casa e ordenavam que as pessoas comessem batatinhas, cruas. E como as pessoas não queriam comer, batiam com seus chicotes de cavalo e gritavam: Por que vocês não as assam ou fazem compota como fazem com as maçãs? E assim, assadas ou cozidas eram deliciosas e tornaram-se a base de alimentação da Alemanha, Polônia, Dinamarca, Holanda e outros países frios da Europa.
Mas nos países europeus as batatinhas degeneravam rapidamente. Mas onde já se viu plantar somente por bulbos ou tubérculos? Começaram a reproduzi-las de sementes, formadas pelas flores. No primeiro ano deram batatinhas muito pequenas. Replantaram e no segundo ano já eram maiores, e plantadas estas deram tubérculos grandes, em torno de 40 a 45 toneladas por hectare, algo nunca visto e imaginado antes.
A Holanda se especializou em produzir batatas-sementes e vendê-las até para o Brasil. Com trato adequado, poderia haver até 5 replantes dos tubérculos sem que a colheita diminuísse sensivelmente.
E no Peru, continuam plantando sempre tubérculos, colhendo muito menos do que em qualquer outro país. De modo que os norte-americanos já dizem que o país de origem de batatinha seria o deles.
Existem vales quentes no Peru onde a irrigação é possível. Poderiam tentar recriar suas variedades que ainda existem a partir de sementes para aumentar os seus tubérculos e ter colheitas maiores. Deve-se lembrar que a multiplicação sexuada existe não por causa do sexo, mas por causa da adaptação dos descendentes às mínimas alterações de solo e clima, o que conserva a espécie durante os séculos. Ou será que as leis naturais não valem para batatinhas?
Café superadensado
O café é nativo da Abessinia ou Etiopia, um país montanhoso do leste da África. Cresceu aqui no mato e foi descoberto pelos árabes como estimulante. Cada continente tem seu estimulante.: a Ásia o chá preto, a África o café a América o cacau e a coca
O café foi a base da riqueza agrícola do Brasil. Na terra roxa legítima , famosa por sua fertilidade, se plantava o café no pleno sol . O café arábico formando pés enormes e, até durante 100 anos, deu colheitas boas. Plantaram com espaço de 3 x 4 metros ou seja 825 pés/ha ou mais ou menos 2000 pés/ alq.. Mas depois plantaram café também nas montanhas da Colombia, no mato, como na África ,e o café deu menos do que no sol mas era suave e o que perdeu pela quantidade ele ganhou pela qualidade.
No Brasil, pouco a pouco os solos se esgotaram e compactaram especialmente pelo trato que lhes deram: bem capinados e arruados para as colheitas, sempre sem qualquer proteção ou cobertura. A terra roxa o agüentou por mais tempo, embora em Paraná conseguiram estragá-la em 10 anos..
Começaram de comparar.entre os diversos países. Café gostava de sombra ? As plantas talvez não tanto, mas o que ele gostava era um solo fresco e protegido. Solo muito quente café não gostava .Plantaram mais perto em renques. 3 metros entre as linhas, 1,2 m nas linhas dando 2.750 pés/ha ou seja 6650 pés/alq. E o café deu mais Mas ainda mostrava sintomas estranhas, Primeiro o lado norte ficou algo clorótico. Era a deficiência de zinco. Depois foi o lado sul que ficou mais claro, faltava manganês. Depois o broto não levantava mais e ficou mais baixo que os galhos ao redor. enquanto na base do tronco apareciam “ladrões”. Mas pior foi que muitos brotos dos galhos morriam com superbrotação ao redor do broto morto. Era o boro que faltava..
Talvez , porque agora todos plantaram café e não somente em terras boas mas também em terras fracas. E começavam diminuir cada vez mais o espaçamento até
chegaram a 8.500, 12.000 e até 16.000 pés/ha. Agora não era mais um cafezal mas parecia uma floresta, da qual somente se enxergavam os troncos e acima o canópio de folhas e frutos.
Era de se supôr que neste tipo de plantio, o efeito da monocultura seria arrasadora e as plantas cheias de pragas e doenças. Mas nada disso aconteceu. O benefício de um solo protegido contra sol e chuva, fresco e bem agregado, com uma grossa camada de folhas caídas na superfície, era tão vantajoso, que nada se comparava com isso. E a colheita subiu de 30 sacos/ha para 120 e até 150 sacos/ha. .E quase ninguém com super-adensamento aduba. O solo agradece a proteção , agradece tanto, que ninguém compreende porque até faz pouco se usava esta tecnologia com todas capinas ou herbicidas, defensivos, adubos e trabalhos no cafezal, quando se simplesmente podia colher e colher bem, de um solo agradecido.
Lesmas
Existiam de vez em quando lesmas numa horta. Mas geralmente era o suficiente de colocar um prato com cerveja e sal E nos outro dia todos eram mortas, porque tomavam a cerveja com verdadeira gula e não se deram conta do as, que as depois deshidratava.
Também uma tartaruga ou melhor cagado resolvia. Comia as lesmas. E acima da capacidade do cagado elas não existiam