Proteção do solo contra o superaquecimento e ventos

Solos capinados ou limpos por herbicidas, especialmente quando são pouco agregados, podem se aquecer até 73 graus Celsius. A perda de água é elevada, especialmente com vento (brisa) que leva a umidade. As plantas murcham por causa do aquecimento do solo, por causa do vento que leva a água transpirada, isso especialmente quando ainda falta cobre no solo.

Não é somente importante que o solo seja permeável e que a água penetre facilmente, mas também que o vento não leve a água. Segundo a Embrapa no Brasil, o vento pode levar até um equivalente de 750 mm chuva/ano. Quer dizer, ele consegue tornar uma região semi-árida apesar de suficientes chuvas. Para piorar a situação, as plantas absorvem água do solo e transpiram-na. Quando o ar é saturado com água, elas param de transpirar. Quando, porém, o vento leva a água transpirada, a planta bombeia sempre mais água do subsolo à superfície, transpirando-a, secando assim o solo não somente na superfície mas até maiores profundidades.

Assim, na África, a luta contra o deserto se faz com quebra-ventos. Com solos mortos, onde a água escorre e não penetra mais com a livre passagem do vento, a cultura produz a metade e em épocas mais secas, somente 1/3 do que poderia produzir sem vento. Portanto, se metade da área estiver florestada não se produzirá menos do que com área total desmatada, ao contrário, pode produzir mais, considerando ainda o melhoramento do clima local, que com florestas, se torna mais balanceado (menor diferença entre a temperatura de dia e noite), mais ameno (menos calor e menos frio) e com maior umidade do ar. A propaganda para desmatar para produzir mais somente beneficia fábrica de adubos, agrotóxicos e máquinas, mas não a produção agrícola.

Em seu conto: “A Convenção dos Ventos”, do livro de mesmo título, Ana Primavesi explica a ação dos ventos na agricultura.