Já pensou em tratar sua terra?
Está arando e gradeando, adubando e plantando, pulverizando e colhendo até sua exaustão, e então você a abandona, como se fosse um carro velho?
Já pensou que esta mesma terra deveria nutrir seus filhos e netos e deveria dar ainda daqui a mil, dois mil ou mais?
A terra também tem vida. Ela respira, tem sua temperatura e está digerindo os restos das culturas. Está engordando. Enquanto existe “gordura” na terra, tudo vai bem. As colheitas são fartas e têm poucas pragas e pestes, igual a gado gordo e reluzente que não tem carrapatos e nem bicho berne. Quanto mais magro e mal nutrido fica, tanto mais parasitas pega.
Com a terra também é assim. Quando não recebe mais nada a comer, quando você queima a palha e os restolhos e leva tudo o que puder, talvez até para fazer composto, a terra fica magra e as colheitas são magras também. Vaca faminta não dá leite abundante. E quanto mais magra a terra fica, tanto mais pestes e pragas aparecem.
Sabia que está maltratando a sua terra?
Se você vai trabalhar na roça, põe seu chapéu para não apanhar sol demais. E uma camisa de manga comprida protege melhor do que uma de manga curta.
A terra também tinha “chapéu” antes de ser desmatada e roçada. Tinha as árvores e os arbustos. E tinha também camisa: as ervas e as folhas mortas no chão que a vestiam.
Da terra depende o ar, a água, as plantas e todos os animais. E justamente o que se declara o mais inteligente a destrói. Por quê?
A terra não é fábrica de alimentos. Ela não é fábrica e não produz ilimitadamente. Amemos nossa terra e procuremos saber o que ela é capaz de produzir quando a tratamos carinhosamente.
Peguemos nossa pá, perguntemos à nossa terra o que lhe está faltando e tratemo-la depois convenientemente dentro dos limites que a natureza nos impõe, e a antiga exuberância voltará aos nossos campos e a prosperidade aos nossos lares.