O uso do timbó nos ectoparasitas: carrapatos, piolhos e sarna nos animais

Especialmente em gado de raças europeias, os ectoparasitas abundam. Mas enquanto nos bovinos os bernes e os carrapatos são mais frequentes, em bubalinos são os piolhos. Estes parasitas obrigam a banhos frequentes do gado com praguicidas. Atualmente, usam-se praguicidas sistêmicos injetáveis ou passados no lombo dos animais. São substâncias altamente tóxicas e existem certos receios em gado de leite e gado de cria. E como o efeito é prolongado, mais ou menos três meses, há também certas precauções em gado para abate.

Porém, em todos os tipos de gado, tanto em bovino, bubalino, equino, caprino, ovino e suíno, os ectoparasitas podem ser combatidos eficientemente com rotenona. A substância é tirada do timbó, ou seja, uma planta ictiotóxica, o Lonchocarpus nicou, que existe no Brasil inteiro e é cultivado nos países andinos como Peru e Equador. Não deixa resíduos na carne.

No Brasil, a pesquisa é feita pelo Centro de Pesquisa do Trópico Úmido (Cpatu), usando-se como matéria-prima as raízes secundárias do timbó. Todos os timbós têm efeito nefasto sobre os animais de sangue frio, mas não afetam os de sangue quente como os mamíferos.

Modo de preparar:

500 g de raízes secundárias frescas de Lonchocarpus nicou são amassadas com um martelo ou em moinho de martelo para poder extrair o líquido branco. Junta-se 1 litro de água e espreme-se. Agita-se novamente o bagaço com água espremendo-o em seguida, e assim por diante, até ser extraído todo o líquido branco. Agora dilui-se o extrato em 100 litros de água fria. Esta solução está pronta para uso e é o suficiente para pulverizar 500 bois, búfalos ou cavalos. Também serve para porcos.

Em lugar do extrato líquido, pode-se produzir pó.

Modo de preparar pó de timbó:

Cortam-se as raízes secundárias de timbó e secam-nas na sombra. Quando bem secas, são moídas num moinho de martelo, como se usa para quebrar milho para a ração de gado, e passa-se por uma peneira com 48 fios/cm2. Mistura-se ao pó de timbó 5 a 8 partes de gesso, ou seja, para cada 100 g de timbó acrescentam-se 500 a 800 de gesso ou argila seca e moída. Nesse polvilho tem 0,5 a 1% de rotetona e serve especialmente para o combate de ácaros em culturas.

Extrato de timbó para sarna: para o tratamento de sarna, as raízes necessitam ser moídas mais finamente até que passem 60% por uma peneira de seda de 78 fios/cm2 e 40% por uma peneira de 48 fios/cm2. Este pó é dissolvido em álcool.

Tintura de timbó em acetona: Amassam-se muito bem 50 g de raízes secundárias de timbó e colocam-se num copo com acetona. Fecha-se hermeticamente e agita-se. Após repousar durante 24 horas, é filytrado e diluído em 1 litro de álcool de 420 GL. Com esta tintura combatem-se piolhos e sarna em cachorros, gatos e porcos.