Os erros mais comuns na agricultura orgânica

Situação atual

Até hoje a maioria dos agricultores orgânicos acredita que orgânico é somente a troca de fatores químicos por orgânicos. O enfoque continua fatorial e não consegue ver os sistemas, os solos permanecem decaídos e compactados, o vento bate, as variedades são híbridas que servem para todo mundo, isto é, lugar nenhum, e ainda muitos plantam monoculturas. As plantas são doentes, de valor biológico baixo e tem de ser “defendidas”. Somente não usam os mesmos praguicidas e pesticidas que a agricultura convencional.

Dizem que são algo menos tóxicos, mas isso nem sempre é verdade porque os piretroides, a rotenona, a calda bordalesa e outros eles usavam, atualmente proibidos por sua elevada toxidez.

O que mudou finalmente? Só o NPK que trocaram por composto?

Consideram a compostagem o A e o O da agricultura orgânica. E nem o composto é confiável, porque se é de lixo urbano, contém tantos agrotóxicos dos restos de verduras que na Europa não aceitam frutas e hortaliças criados com esse composto. E se eles usam para a fabricação do composto cama de frango, esterco de gado, bagaço de cana ou restos animais de abatedores de produtores convencionais, o veneno que importam não é pouco.

E se irrigam com água de rios que passaram por cidades que levam todo esgoto domiciliar, esgoto das fábricas e hospitais, as substâncias abundam aqui inclusive os detergentes, metais pesados  e outros mais… Mudou o que?

Trocam:

  1. NPK por composto, talvez Bokashi ou biofertilizantes;
  2. Na horticultura: a grande pesada pela rotativa;
  3. Os agrotóxicos por EM e caldas algo menos tóxicas.

Do resto, fazem tudo igual como na agricultura convencional. Enterram a matéria orgânica como enterram o NPK para que as raízes a encontrem lá embaixo quando crescerem e acreditam que podem produzir desta maneira.

Mas matéria orgânica não é NPK e mesmo composto sofre ainda uma decomposição futura que abaixo de 15 cm geralmente é anaeróbia, soltando substâncias tóxicas. Por isso a produção é baixa, muito baixa. Mas eles acreditam que isto é porque a tecnologia orgânica não consegue produzir tão bem quanto a química que é muito sofisticada. Usam defensivos mais brandos e depois se desesperam que as doenças e pragas castigam suas culturas. Isso é agricultura orgânica?

Histórico

Terminada a Segunda Guerra Mundial, foi introduzida a agricultura convencional, química-mecânica, não para produzir mais e melhor, mas para salvar a indústria química e mecânica (pesada) da falência. Produziram a pleno vapor tanques, canhões e gases venenosos durante a guerra que agora não precisavam mais. O que fazer? Vender a quem?

Aí tiveram a ideia salvadora: vender para a agricultura, que por enquanto, não somente era independente, como também ainda financiava a indústria. Então tinha recursos… Foi feito um convênio entre a indústria e a agricultura norte americana, do qual resultou a agricultura convencional. A agricultura comprava adubos, herbicidas, pesticidas, máquinas da indústria e esta subvencionava a agricultura.

Todos esses “insumos” encareciam muito a produção agrícola. Os agricultores não conseguiram mais financiar a sua produção. Entrou o Governo para fazer cumprir o “convênio”. As indústrias, agora com lucros altos, pagaram impostos aos Governos a estes, que em parte, devolveram à agricultura em forma de subvenções. Tando os Estados Unidos quanto a Europa:

  1. Liberaram créditos baratos;
  2. Ofereceram armazenagem de graça;
  3. Financiaram parte do transporte;
  4. Deram prêmios aos agricultores que deixaram seus campos descansar sob vegetação nativa durante 2 ou 3 anos;
  5. Deram aposentadoria para os agricultores, sem que estes tivessem que pagar contribuições;
  6. Financiaram parte da exportação, etc.

Enfim, a reciclagem do dinheiro: agricultura->indústria-> agricultura salvou a indústria da falência.