O sistema poroso do solo

O solo não é uma agregação amorfa de partículas minerais, mas é devidamente estruturado. O solo compõe-se:

1. do “esqueleto”, isto é, a agregação mineral;

2. do “espaço vital” das raízes e microrganismos, que são os poros;

3. do material “coesivo” que são especialmente a matéria orgânica decomposta, como o “humin” e os coloides de argila.

O espaço vital, quer dizer, o sistema poroso é justamente a parte do solo a quem se deve principalmente a fertilidade, porque este não somente possibilita o normal desenvolvimento radicular mas também a micro vida, que por sua vez influi decisivamente sobre as reações químicas do solo e a disponibilidade dos nutrientes vegetais. Infelizmente, até hoje, muitos acreditam ainda que os sais nutritivos por si só proporcionam a fertilidade do solo, apesar de há muito foi provado o contrário, ficando atônitos diante do fato que mesmo terras quimicamente bem adubadas não medram mais.

Não é o deserto de Gobi uma das terras mais ricas em sais minerais? E não são chamados solos “Solodi” as terras mais ideais, no sentido da riqueza em sais nutritivos? É verdade que o deserto carece de água, mas os Solodi não. Este não é pântano nem deserto, e sim um solo como muitos outros, carecendo-lhe, porém, completamente a estrutura afofada. Sempre que chove converte-se em pântano, e três dias de sol reduzem-no a um substrato poeirento cheio de fendas. Este solo não produz vegetação alguma, nem as do deserto se dão aqui.

A vida do solo depende assim não só dos sais minerais, mas igualmente do sistema poroso. Tanto as plantas como os microrganismos do solo precisam de ambas condições.

Distinguimos 3 variedades de poros:

  1. os grandes, maiores do que 0,03 mm. Servem somente ao arejamento do solo;
    Quando chove, eles se enchem de água, mas conduzindo-a logo para os reservatórios subterrâneos. Pouco depois servem novamente como poros de arejamento. São, porém, os principais responsáveis da chamada capacidade de infiltração.
  1. Os médios, entre 0,03 e 0,003 mm. Servem como aqueduto permanente e depósito de água móvel. Armazenam a água pluvial que fica sempre à disposição dos vegetais. Quando essa água se esgota, as plantas murcham. São eles responsáveis para a “capacidade retentora” do solo.
  1. Os finos, menores que 0,003 mm, são depósitos da água imóvel que serve em tempos secos para a manutenção da vida microbiana do solo. Essa água não é aproveitável para as plantas e por isso distinguimos entre: 1- volume por cento de água no solo e 2- umidade efetiva.

A umidade efetiva evapora-se quando o solo se seca pela simples exposição ao ar. Mas quando o solo é calcinado, evapora-se mais uma vez uma certa quantidade de água e esta água é exatamente a dos poros finos.