O gasto de água pelas plantas

A falta de água ocorre tanto pela absorção deficiente como pelo gasto excessivo. A quantidade de água gasta por uma planta varia muito segundo sua nutrição, a espécie e a incidência do vento.

O gasto de água é muito maior em plantas mal nutridas. Assim, batatinhas em solo pobre gastam mais do que o dobro de água que em terra adubada, e forrageiras em terra pobre gastam quase o triplo do que em estado bem nutrido. Verifica-se que o uso econômico de água pela planta ocorre somente quando esta for bem nutrida. Por outro lado deve ser ressaltado que a planta pode ser bem nutrida em solo adubado ao lado da semente ou em solo mais pobre mas com a possibilidade de expansão, explorando um volume grande de solo com suas raízes.

Plantas bem providas de potássio transpiram menos e quando têm à sua disposição quantidades suficientes de manganês, zinco, cobre e boro, o seu plasma torna-se mais viscoso e  elas gastam a água de maneira mais econômica. Vale, portanto, a regra:

Planta mal nutrida gasta mais água!

Se a planta é bem ou mal nutrida não depende somente dos elementos maiores. A planta é bem nutrida quando tem à sua disposição todos os nutrientes que necessita para formar as substâncias próprias à espécie e à variedade. Deve-se distinguir claramente entre a capacidade de absorção pela raiz, que é própria à variedade, e a proporção dos elementos nutritivos na planta, que não varia dentro da espécie e até pode ser semelhante em espécies diferentes. Este aspecto ressalta a importância da raiz e suas propriedades diferentes.

Importante é que a metabolização dos elementos nutritivos seja a mais rápida possível e que seu transporte dentro da planta seja garantido.

Assim, a quantidade de micronutrientes que cada planta e variedade necessita encontrar no solo varia. O milho sofre facilmente da deficiência de boro, zinco e cobre, o trigo de manganês e o cobre, o café de boro, zinco e manganês, o fumo de cobre e boro, etc.

Como dito, a nutrição da planta não depende somente de uma adubação completa mas igualmente do espaço de solo que a raiz pode explorar. Assim, um solo “pobre” é capaz de produzir a hileia amazônica com suas árvores frondosas com até 3 metros de diâmetro e parece que a “pobreza”  do solo depende não somente do volume de solo explorado, que pode ser restrito por camadas adensadas, mas igualmente do potencial da raiz para mobilizar nutrientes de formas não consideradas como disponíveis nas análises de rotina. O adensamento do solo, porém, é um impedimento decisivo no abastecimento com água por confinar as raízes a camadas muito superficiais. As condições de desenvolvimento de uma planta vão piorando à medida em que o solo vai se adensando e compactando por causa da deterioração de sua estrutura grumosa.

Assim, o gasto de água pela planta depende:

  1. Da adaptação ao ambiente em que cresce
  2. Da umidade relativa do ar que será mais baixa onde houver maior incidência de vento
  3. Da frequência do vento. Plantas expostas ao vento transpiram mais água mas produzem menos
  4. Da viscosidade do plasma celular, que aumenta com um metabolismo ativo
  5. Da intensidade de transpiração, que diminui em presença de micronutrientes
  6. Da possibilidade de manter os estômatos abertos durante o dia para garantir a continuidade da fotossíntese
  7. Da possibilidade de fechar os estômatos quando as condições se tornarem adversas (calor e uma brisa de vento constante) a fim de evitar perdas excessivas de umidade. E para isso precisa-se de potássio.

O manejo da água no solo depende, pois, essencialmente, da perícia do agricultor como o manejo do dinheiro depende da perícia do administrador.