Microrganismos, enzimas, germes.

A restrição do espaço e a pouca eficiência do adubo é a falta de macro poros e, consequentemente, da falta de oxigênio e de água na terra.  Se não cuidamos disso, o resto some. Nós vamos ver pragas e pestes, então põe defensivos, põe herbicidas, mas de que são essas pragas e pestes?

A culpa é da monocultura, ou a vida do solo está muito pouco diversificada. Por quê? Porque se planta uma monocultura e não se deixa retornar matéria orgânica (firmas de herbicidas estão aconselhando: não ponham matéria orgânica na terra, porque herbicida faz menos efeito. E como herbicida é muito caro, vocês gastam mais dinheiro se puderem matéria orgânica).

Mas acontece que se toda a vida do solo se concentra no espaço da raiz, então o que eu vou criar são somente bactérias e fungos e animais que podem viver do que a raiz excreta, porque a raiz sempre excreta substâncias. Assim eu crio uma vida toda especial e específica junto a essa raiz. E planto a cultura: 1,2,3,4 vezes. Duas ou três espécies são cultivadas, o resto não tem nada. O resto da terra é um deserto, porque não tem nada para viver. Porque os fungos e bactérias que nós precisamos vivem de matéria orgânica. Se não colocamos matéria orgânica na terra, aqueles seres não vivem.

No momento em que se coloca matéria orgânica no chão, vai começar uma vida em toda a terra, que vai também controlar a vida na zona da raiz, de modo que eu começo a acionar os equilíbrios biológicos; um vai comendo o outro, e eu posso lhes dizer que comem só o suficiente.

Por exemplo: a ameba se multiplica de meia em meia hora; se não houvesse o controle biológico destas amebas, nós teríamos em um ano uma camada de um metro de altura por cima de toda a crosta terrestre de amebas. Então não teria mais nada, nem capim, nem flor, nem fruto, teria só ameba. Mas isso não ocorre, porque há animais na terra que comem amebas.  Então interessa-nos que o equilíbrio biológico funcione, e só vai funcionar com matéria orgânica na terra. E se a terra é muito pobre, temos que botar mais um pouco de fósforo e cálcio para que as bactérias os possam utilizar.

Como os microrganismos do solo necessitam digerir sua alimentação fora de seu “corpo” para pode absorvê-la, excretam suas enzimas no solo. Mesmo a fixação do nitrogênio atmosférico é somente um recurso para se obter o nitrogênio necessário à decomposição de álcoois e ácidos orgânicos e a formação, temporária, de proteína celular. Portanto, o solo está cheio de enzimas como catálises, uréases, celubiases, peptases, etc. Que oxidam e hidrolisam a matéria orgânica em todas as suas formas, a fim de prepara-las como alimento para esta ou aquela espécie de microrganismo. Falamos, pois, de “potencial enzimático” de um solo como expressão de sua atividade microrgânica, o que é muito mais correto que a contagem de germes, uma vez que em meio nutritivo nasce tudo mesmo os germes inativos do solo.