Em terras decaídas, os cultivos intensivos com elevadas quantidades de adubo (NPK) necessitam de irrigação. A água da chuva escorre e o adubo cria uma espécie de “salmoura” na terra, que tem de ser diluída para as plantas poderem crescer, como na cebola e batatinha.
Onde a irrigação somente deve fornecer água durante veranicos não existe muito problema. Nem quando serve para criar culturas durante a época seca. A lavagem da terra ocorre quando entram as chuvas.
Normalmente conseguem-se quatro boas colheitas irrigadas e depois começam as dificuldades, especialmente por causa da decadência da terra e seu adensamento.
Porém, no Nordeste, onde a falta de água é constante, o problema da salinização é grave. Lá se precisa de drenagem boa, uma lavagem da terra de quatro em quatro anos e o uso intensivo de matéria orgânica para manter os poros da superfície da terra. É preferível irrigar duas vezes por semana com 20mm de água cada vez do que aplicar 7 mm superficialmente. Neste último sistema, a terra somente molha superficialmente. As raízes se concentrarão nessa camada, dependendo inteiramente da irrigação diária.
No sistema de irrigação espaçada, com umedecimento e secagem da terra, a cobertura dela ganha em importância para se evitar o adensamento. Áreas irrigadas por aspersão ou pivô-central necessitam de faixas quebra-vento para diminuir a perda de umidade. Caso contrário, até 40% de água aspergida podem se evaporar antes de atingir o chão.
Se há pouca água à disposição, tem de se fazer o seguinte:
– evitar que o
vento leve a umidade, implantando-se quebra-vento;
-manter a terra sempre porosa na superfície através de adubação orgânica anual,
para que a água da chuva e irrigação infiltrem integralmente. Onde há erosão,
enchente e seca, as terras são mal cuidadas.
– manter a terra sempre coberta por cobertura morta ou culturas menos
espaçadas, para que a terra não se aqueça. Durante a seca, a cobertura morta é
arriscada por existir o perigo do fogo. Passar uma grade misturando a palha levemente
ao chão diminui o perigo de incêndio. Plantas menos espaçadas não podem ser
usadas em terras com menos de 15% de argila, ou seja, muito arenosas.
– reflorestar
áreas para aumentar a nebulosidade e atrair chuvas, o que também regulariza a
vazão permanente dos rios
-usar a irrigação por gotejamento, que utiliza menos água, com mais eficiência.
– usar cada vez a cada três anos uma cultura dessalinizante como algodão,
sorgo, girassol ou trigo – sarraceno.
– lavar a cada quatro anos a terra, para dessalinizá-la. Para isso necessita-se de uma boa drenagem que leve a água salina (use arroz irrigado).
– usar sombra parcial por árvores.
O mais importante em regiões secas são os quebra-ventos e a matéria orgânica, especialmente palha. Esta, sob hipótese alguma, pode ser dada ao gado, mas tem de ficar para a terra, para que não salinize e continue produzindo.