Para garantir a existência de macro poros, responsáveis, em parte, pela produtividade, é necessário proteger o solo contra a chuva e o sol. Isso pode ser feito pela consorciação de culturas (feijão entre as linhas de milho, por exemplo), pela diminuição do espaçamento entre as plantas, por cobertura morta ou ainda pelo uso de plástico.
Quanto menos macro poros houver, mais o agricultor terá que mexer na terra, revolvendo-a por meio de aração e gradagens. Isso significa mais passagens de máquinas no campo, o que encarece a produção. Na verdade, jamais se deveria plantar em solo destorroado (sem macro poros) porque ele reage muito mal à adubação e requer muitas aplicações de agrotóxicos. Os “riscos climáticos” são maiores e a distribuição de chuvas torna-se crucial. Cada quatro dias de sol provoca seca e cada chuva causa erosão. E onde há erosão acontecem enchentes, pois a água não infiltra mas escorre pela superfície da terra em direção aos cursos d’água, assoreando-os e poluindo-os.
Para contornar o problema, costuma-se também alternar culturas com pastagens. Ou seja, quando as raízes, digamos, do milho, já não conseguem se expandir, as dos capins – que têm grandes quantidades de radículas – ainda o fazem, melhorando o solo. Mas isso só funciona com capins de baixo porte, que formam uma densa relva cobrindo o solo e enraizando-o intensamente. Capim-colonião e outros de porte alto não são melhoradores: eles deixam até 80% do solo descoberto quando rebaixados pelo pastejo.
O sistema de gramar terras de culturas e arar pastagens existe não apensa no Brasil, mas em várias partes do mundo. Na Inglaterra, alternam-se três anos de cultivo com três de pastagem, que se destinam exclusivamente à fenação. Isto é, o gado não entra no pasto. Assim, consegue-se a completa recuperação do terreno, uma vez que o arejamento do solo pastoril é feito deixando-se crescer o capim. Já em pastejo permanente, as forrageiras vivem exaustas e, consequentemente, com raízes superficiais que não passam de 4 cm de profundidade, tornando o pasto extremamente sensível a veranicos. E não adianta adubar. Pode-se, no máximo, passar uma grade para que elas penetrem mais profundamente e, depois, dar repouso à forrageira.
Quanto maior o porte da planta, caso do capim-colonião, tanto mais descanso a raiz necessita para produzi-lo. Já gramíneas de baixo porte, como a batatais ou a gramão, tem recuperação mais rápida.
Normalmente, as forrageiras adaptam-se ao pastejo: tornam-se mais baixas e florescem menos, tendo, assim, recuperação mais rápida. Mas essa adaptação leva muitos anos e, se os animais destroem o pasto rapidamente, quem se “adapta” é a raiz. Morta.