O problema é conhecer o funcionamento do solo. O combate de um ou ouro agente parasita não tange a causa. Isso mostra a cigarrinha da cana-de-açúcar. O fungo Metarizium combate-a. Mas, embora a cigarrinha da Brachiaria seja idêntica, o Metarizium não consegue combatê-la. O ambiente é outro. Procurar todos os “inimigos naturais” iria levar muito tempo. É muito mais fácil restabelecer a “pirâmide alimentar”, deixando que cada um dos insetos e microrganismos procure seu inimigo sozinho.
Não importa como se chama; importa somente que exista. E quanto mais espécies de seres vivos existirem num solo, tanto maior a possibilidade de que cada uma encontre também seu inimigo ou seu predador. Faz uma diferença muito grande se existem mil exemplares de duas espécies ou mil exemplares de duzentas espécies.
Um exemplo clássico é o das amebas. Multiplicam-se de 30 em 30 minutos. Se não houvesse nenhum organismo que consumisse amebas, dentro de um ano haveria uma camada de 1m de amebas por cima de toda a crosta terrestre. Isso não ocorre somente porque existem muitos que se alimentam de amebas.
Da diversificação da vida do solo depende seu equilíbrio. Equilíbrio quer dizer que nenhuma espécie é beneficiada. Todas vivem com as mesmas oportunidades e sob a mesma pressão das outras. Portanto, são controladas.
E, para dar as mesmas oportunidades a todos precisamos de:
- Rotação de culturas
- Retorno periódico de matéria orgânica diversificada ao solo
- Proteção da superfície contra o sol e o impacto da chuva
- Manutenção da camada macro porosa, permeável na superfície do solo para garantir o arejamento e a infiltração de água
Por quê?
Para variar a comida que se oferece aos organismos do solo e que nunca pode faltar. Também é preciso garantir uma temperatura amena do solo e suficiente umidade. Em terra quente e seca, a vida morre. E como a chuva encrosta a superfície do solo, criando condições anaeróbias, a terra deve ser protegida contra o impacto das gotas.