As Micorrizas

Poucos acreditarão que uma pequena porção de estrume possa estimular enormemente o crescimento duma leguminosa. A leguminosa, armazenadora de azoto (nitrogênio) que reage sempre negativamente a qualquer adubação azotada, está exigindo estrume?

Não é propriamente a leguminosa que o exige, mas sim os seus simbiontes, as chamadas micorrizas, as quais são estimuladas pelo humo do estrume. O estrume quase nunca pode ser considerado forte adubo azólico, mas sim adubo rico em potássio e fosfato.

Essas micorrizas ou bactérias rizóbias, nome comum delas, pertencem na maior parte à grande família dos fungos, o que não significa que elas se comportem todas do mesmo modo. Mas – e isso é da maior importância para a nossa agricultura – estas rizóbias não são somente simbiontes das raízes das leguminosas, mas também dum grande número de outras plantas, como gramíneas, árvores florestais e frutíferas, etc.

Isto esclarece também a estreita “amizade” entre certas leguminosas e gramíneas, como por exemplo, da mucuna e do milho, do trevo e do trigo, etc., ou a “hostilidade” entre elas, como por exemplo, do feijão-de-porco com a tiririca, do feijão fradinho com o capim-gordura, etc. Não que as plantas sejam realmente amigas; o que se dá é que os rizóbios são úteis a ambas as plantas e tiram proveito delas. Nem são as plantas hostis entre si, mas os rizóbios, que se tornam parasitas das raízes de algumas delas, como por exemplo, da tiririca.