A temperatura, a fotossíntese, o rendimento vegetal

A planta tropical encontra sua maior atividade (maior fotossíntese) numa temperatura ao redor de 25 graus Celsius.

Muitas plantas tropicais nascem somente com temperaturas mínimas de 17 graus Celsius como por exemplo o algodão. Em outras a floração é destruída quando a temperatura cai abaixo de 15 graus, como a de arroz. Nas plantas de clima temperado, a germinação ocorre numa temperatura de 4 graus como acontece, por exemplo, com o trigo e o centeio, que entram em dormência quando a temperatura sobe acima de 12 graus no solo.

Porém, com a temperatura aumenta igualmente a respiração vegetal, como se chama o processo, em que os produtos fotossintetizados são transformados em energia para atender aos processos metabólicos. E encontramos um ponto em que a respiração não somente gastou tudo o que foi fotossintetizado, mas começa a gastar o que já foi metabolizado. E a partir de 30 graus no solo, planta alguma consegue absorver mais água e nutrientes, e geralmente com 30 graus C no ar a maioria das plantas fecha os estômatos para proteger-se de uma perda excessiva de água. E como não pode sair água, não pode também entrar CO2, ou no mínimo em quantidade muito reduzida. Daí a atividade fotossintetizante baixar.

Verifica-se, pois, que a manutenção de uma temperatura adequada do solo e do ar é uma das exigências básicas para a produção máxima. E se pesquisamos a temperatura na região equatorial da Amazônia, verificamos que as temperaturas oscilam entre 19 e 24 graus C, raramente ultrapassando os 300C. A temperatura do solo, protegido por três camadas vegetais (folhas, arbustos e árvores) é praticamente estável com 24 graus C.

Os extremos ocorrem em solos desnudos, tanto faz se é por capina ou por herbicida, onde a temperatura pode ascender até 700C e em regiões desmatadas, onde a oscilação entre dia e noite é grande e onde de dia pode alcançar de 45 a 50 graus C ao sol. Nessas condições, a planta não cresce mais na sombra!

É pois imperativo manter o solo protegido contra a insolação direta e cuidar de nossos termostatos, que são as grandes florestas e represas grandes.

Gráfico de Ana Primavesi – agosto de 1980.