Dicas para o agricultor ao realizar a adubação foliar (a mais usada) e diminuir o risco de “queima” na geada

A adubação foliar é sempre a mais usada.

          A adubação foliar com NPK e cálcio pode superar uma deficiência momentânea, mas não equivale a uma adubação. Pode manter uma cultura durante um período seco, em que não há absorção por falta de água. Mas é necessária depois de uma adubação, para manter a cultura, se existe de fato uma deficiência, por exemplo em cafezais ou laranjais.

          Micronutrientes podem ser fornecidos pela adubação foliar exclusiva.

          Os “fortificantes” aplicados via foliar normalmente são aminoácidos, ácidos húmicos e micronutrientes. Provocam uma florada maior, protegem contra doenças e até ajudam a controlar o declínio em laranjeiras. Também diminuem a disposição das culturas  a serem atacadas por pragas. Devem ser usados em conjunto, com uma adubação da terra e adubos orgânicos. Sozinhos não trazem o efeito esperado. Por exemplo, provocar uma floração forte em pés fracos conduz à morte do pé. Portanto, uma adubação com fertilizantes químicos e orgânicos na terra devem acompanhá-los.

          A adubação foliar serve também para proteger a planta do efeito do frio. Nos Estados Unidos, usa-se um gel protetor contra o perigo de as plantas sofrerem com geadas. Este engrossa o plasma celular, impedindo que se congele. Mas uma adubação com micronutrientes e potássio traz efeito idêntico. O plasma celular engrossa e o ponto de congelamento é mais baixo. Quer dizer, a planta suporta temperaturas de até 2 ou 3 graus Celsius abaixo de zero sem morte das folhas e ramos. Especialmente boro, cobre, zinco e manganês são muito eficazes para diminuir o risco do “queimar” pela geada.

          Existem diversos adubos foliares no mercado:

  1. NPF e micronutrientes químicos de diversas firmas químicas.
  2. Micronutrientes como o Skrill, que usa água do mar dessalinizada.
  3. Aminoácidos, que se usam como fortificantes, como o Aminon (obs: da marca desenvolvida por seu Yoshio Tsuzuki, Techness), Orgasol, etc.
  4. Cálcio foliar e nitrogênio foliar.
  5. Micronutrientes quelatados como o Nutrimin, que contém especialmente molibdênio e cobalto e se usa para soja de ciclo médio e curto.
  6. Protetores contra o frio, como diversos géis.
  7. E.M-4 e E.M.-5, que são enzimas bacterianas.

Para todos os preparados de aplicação foliar vale, porém, o seguinte:

  • Nenhuma adubação foliar deve ser mais forte do que em concentração de 0,8 a 1.5%, ou seja, de 0,8 a 1,5 litros por cada 100 litros de água. Se for mais concentrada, dificilmente penetrará na folha. Permanece na sua superfície, onde pode ter um efeito protetor mas dificilmente um efeito nutritivo.
  • Nunca se deve pulverizar os nutrientes nas culturas depois das nove horas da manhã. Após este horário, a folha já perdeu seu turgor, perde água e fecha os estômatos. Aí, sofre pelo sol, e a adubação pode até ter efeito negativo. As gotículas de água agem como lentes, causando queimaduras nas folhas.