Os ácidos fúlvicos são facilmente reconhecidos porque tingem a água escura quando a terra for agitada com água. Também o rio Negro na Amazônia tem suas águas tingidas por ácidos fúlvicos.
Em clima tropical e subtropical esta acumulação de ácidos fúlvicos, devido à falta de decomposição, ocorre somente em solos muito ácidos ou nas serras como em Campos de Jordão, São Paulo. Quando ocorrem teores maiores que 6% de matéria orgânica num solo deve se desconfiar tratar-se de húmus ácido que não representa um fator de melhoramento do solo mas de empobrecimento. Esta é a razão por que muitos acreditam que húmus, em nosso clima, não seria necessário e seria até prejudicial
Possuem estrutura simples e tamanho pequeno, entram facilmente nos interstícios da rede cristalina das argilas, mobilizando o ferro e o alumínio que se tornam “ trocáveis”.
Os ácidos húmicos são produtos de um processo oxidativo continuado em presença de cálcio, potássio, fósforo e micronutrientes. O material que resulta é enriquecido por estes elementos mais o nitrogênio fixado do ar. Não são solúveis em água e têm uma estrutura grande e complexa.
Eles ligam as argilas e formam um complexo humo-argiloso de boa estabilidade que dificilmente será destruída. Portanto, cada solo, conforme seu teor de argila, possui um nível mínimo de matéria orgânica e que praticamente não perde.
Este mínimo de matéria orgânica é aproximadamente 0,3% para cada 10% de argila. Assim, um solo de 70% de argila possui um mínimo entre 2,1 e 2,5% de matéria orgânica, incluindo-se as substâncias orgânicas excretadas por raízes, microrganismos e mesofauna.
Resumindo: a matéria orgânica se transforma em ácidos fúlvicos (por oxidação biológica). Depois, o ácido fúlvico se transforma em ácido húmico (pela oxidação biológica + Ca, P, K, N). Então, há a decomposição completa da matéria orgânica. (Ver esquema de Primavesi no post)
O húmus é constituído por frações de ácido fúlvico, ácido húmico e humina. A humina é como chamamos o que restou de todo o processo de humificação, ou do resultado da degradação química e biológica da matéria orgânica.
Todo o processo está descrito no livro “Manejo Ecológico do Solo”.