Fome – Programa para sua erradicação

A FOME:

            A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) classifica como famintas as famílias que vivem com menos de U$ 2,00 por dia ou as pessoas que comem menos de 1.800 calorias por dia.

            Nas cidades, a fome existe por causa do baixo poder aquisitivo, consequência de subemprego no campo. A fome se dá devido a solos destruídos por um uso agrícola inadequado e às queimadas das pastagens. No mundo, 55% dos solos em regiões semiáridas encontram-se em processo de desertificação, aumentando esta pelo vento constante.

O PROGRAMA:

Evitar todos os métodos e medidas que causam mais desemprego e desequilíbrio da renda das pessoas. Deve-se procurar baratear os alimentos e aumentar seu valor nutritivo através:

  • Da regionalização do plantio dos alimentos básicos de cada lugar para garantir um preço acessível (por ter uma produção maior e mais barata) e evitar o transporte a longas distâncias (o frete aumenta consideravelmente o preço).
  • Da recuperação dos solos e do meio ambiente para garantir alimentos de boa qualidade e água potável (que depende da permeabilidade do solo).
  • Do valor biológico dos alimentos para que as pessoas também com menor volume de alimentos fiquem bem nutridas, saudáveis, ativas e inteligentes. Assim mesmo com pequeno poder aquisitivo podem estar bem nutridas… (um alimento é de valor biológico alto quando a planta conseguiu formar todas as substâncias a que é capaz geneticamente. Quando não o consegue, não somente possui valor biológico baixo mas também é atacada por pragas e doenças, sobrando após o seu combate resíduos tóxico no alimento, não conseguindo manter a saúde humana). Valor biológico de um alimento: somente em solos sadios pode haver plantas sadias, e somente plantas sadias – sem qualquer parasita – podem formar homens sadios. Uma vez que parasita ataca somente plantas deficientes em algum mineral. Com os alimentos atuais, criados praticamente com 4 elementos (N, P, K e Ca), as plantas estão cada vez mais doentes e parasitadas porque oferecem substâncias semi fabricadas aos parasitas. As pessoas podem estar superalimentadas mas mal nutridas. Deste alimento, necessitamos 3.000 a 4.000 calorias diariamente para poder viver e trabalhar; mas assim s pessoas continuam mal nutridas.
  • De um alimento biologicamente integral ou uma alimentação bem equilibrada: as pessoas são bem nutridas, fortes, ativas e inteligentes, mesmo comendo somente 800 a 1.000 calorias/dia, como ocorre na Malásia, no Himalaia e também aconteceu com os alemães que durante alguns anos, depois da II Guerra Mundial, receberam somente 800 cal/dia. (Foi o suficiente para fazer toda reedificação de seu país, tornando-o uma das maiores potências econômicas do planeta. Não é a quantidade mas a qualidade do alimento que é decisiva).
  • Do contínuo suporte técnico aos assentados na tecnologia própria aos trópicos, bem como na recuperação e manutenção da produtividade dos solos.
  • Da garantia de preços estáveis aos agricultores para que estes possam calcular suas despesas e rendimentos. (não se necessitam de preços altos, mas estáveis, o que exige um estoque regulador do governo não para fazer pressão sobre os preços que o agricultor recebe, mas para manter o preço para o consumidor em épocas de escassez e não deixar cair o preço para o agricultor mesmo em épocas de boas safras).
  • Retirar os alimentos da Bolsa para impedir a especulação e a oscilação dos preços (alimento existe não para se especular, mas para nutrir o povo).
  • Introduzir novamente ética e moral (valores humanos e religião) para que os seres humanos tenham uma convivência pacífica e amigável e acabe com a corrupção que faz os recursos públicos desaparecerem, impossibilitando seu uso para o bem de todos.
  • Criar empregos, como por exemplo, pela continuação da construção da ferrovia Norte-Sul que garante fretes mais baratos e uma economia mais estável.
  • A construção de casas populares com jardim para poderem cada um, ter sua horta.

POLÍTICA AGRÍCOLA:

  • Introduzir a AGROECOLOGIA!

– Utilizar uma tecnologia agrícola própria aos solos e clima tropicais (atualmente importada do clima temperado) para aumentar a produção e ter plantas saudáveis sem resíduos tóxicos.

– Recuperação obrigatória dos solos compactados para aumentar: a penetração de água e ar, o efeito de adubos e da irrigação e diminuir as pragas e doenças (não queimar os restolhos, rotação de culturas, manejo do ‘mato’, etc.)

– Controlar a poluição de solos, água e ar (causada pela pulverização de defensivos via aviação agrícola).

– Diminuir a incidência de vento por quebra-ventos e reflorestamento, o que pode economizar até o equivalente a 750mm/ano de chuva e que aumenta as colheitas em 80 a 100%.

MEIO AMBIENTE E OUTROS FATORES DA AGROECOLOGIA:

O meio ambiente inclui as matas (que amenizam o clima e protegem contra o vento), os solos, sua saúde e sua permeabilidade da qual dependem:

– a água e os alimentos.

– a sociedade: controle da tecnologia das agroindústrias que exercem uma pressão extrema sobre os solos especialmente de ecossistemas frágeis, como os do semiárido e do cerrado, causando salinização, desertificação e a falta de água em rios, barragens e açudes o que aumenta a pobreza e a miséria da região. Pessoas famintas não tentam  produzir, somente tentam saciar sua fome até o fim do dia, isto é, consumir. Faz-se necessário, portanto, combater a pobreza.

Na agroecologia, o social e o ambiental não podem ser separados, e para atendê-los satisfatoriamente  necessita-se de ética.

Sem ética, isto é, sem responsabilidade e sem valores humanos, sem respeito ao próximo e a Deus não existe uma sociedade justa nem um meio ambiente conservado nem uma economia de bem-estar. Mesmo a violência humana depende da ética e do solo:

Solo sadio-planta sadia-homem sadio

E sem um corpo sadio também o espírito não pode ser sadio.

A agroecologia não é um grupo de técnicas agrícolas mas um modo de viver, ocasionando bem-estar, saúde e paz.

CONCLUSÃO:

O combate à fome não é somente uma justiça social, mas especialmente uma necessidade para assegurar a sobrevivência em nosso planeta. E vale para todos, independentemente de credo, política ou ideologias.