Bio-química Estudos sobre minerais no metabolismo humano, especialmente sobre o Boro

Os estudos que realizei durante os últimos 15 nos não podiam ser feitos segundo a maneira clássica, ainda em vigência. Tinha de deixar o caminho costumeiro, que é o da pura análise, e seguir o caminho da síntese, porque com os estudos analíticos não houve mais progresso neste domínio.

Os minerais no metabolismo humano são de difícil perseguição porque, muitas vezes, o caminho deles é implicadíssimo, indo através das glândulas e hormônios. As glândulas, porém, são ainda um domínio pouco pesquisado.

Parti da observação da sabedoria: “as leis naturais básicas valem para todos os seres vivos.” Quer dizer, elas valem tanto para o homem quanto para o animal ou planta. Escolhi por isso as plantas para as minhas experiências e a experimentação primitiva, e só concluí provando ou reprovando as leis encontradas em experimentação animal ou humana. As plantas oferecem a enorme vantagem de ter um ciclo curto, ser material barato e ter um metabolismo relativamente simples.

Que é suscetibilidade a moléstias?

Uma planta sadia e vigorosa nunca é atacada por bactérias, fungos e vírus e raríssimo por insetos. Sadia é uma planta em terra fofa, com equilíbrio mineral. Este equilíbrio é verificado por meio de exames biológicos e químicos das partes vegetais. Estabelecidas as necessidades duma determinada planta, pode-se passar a cria-la em solução aquosa.

Exemplo: Cobre foi omitido na solução aquosa.

A planta mostra logo os sinais típicos dessa diferença: murcha da parte apical, exudações resinosas no tronco, feridas radiculares. Não tarda o ataque bacteriano: entrando pelas feridas, provoca o mesmo. Logo há o colapso total do vegetal.

Isso se dá sempre: primeiro a deficiência, depois o ataque bacteriano, fungiano ou de vírus.

Isto significa para todos os seres vivos: sem deficiência ou desequilíbrio mineral não existe doença provocada por bactérias, vírus ou fungos. Podemos frisar aqui que, no mínimo do domínio vegetal doenças são:

  1. sinais
    primários duma deficiência mineral ou
  2. sinais
    secundários duma deficiência mineral, isto é, ataque de certas bactérias, vírus
    ou fungos pelas deficiências determinadas.

Parece que esta regra está se afirmando também no domínio animal e humano e encontra a sua primeira confirmação:

  1. Na
    história das epidemias
  2. No
    quadro das doenças, já apuradas neste sentido;
  3. Nos
    experimentos que fiz.

Na Idade Média, havia muita lepra, tanta lepra que era o problema número Um dos governos e da Igreja Católica. Havia igualmente frequentes surtos de peste bubônica. A peste acabou com a lepra na maior parte da Europa porque os leprosos eram mais sensíveis a ela do que os outros.

Desapareceram igualmente nesta época várias espécies de árvores frutíferas por falta de cobre e zinco.

Seguiu a época da tuberculose. Depois, desapareceram de várias regiões da Europa nesta época as tílias e várias outras fagáceas por causa da falta de cálcio (cura-se até hoje a tuberculose menos com antibióticos do que com repouso e administração de alimentos ricos em cálcio).

Seguiu-se a época dos infartos. E no mesmo tempo algumas espécies de plantas desapareceram por causa da falta de magnésio, Provou-se já que os infartos estão de fato ligados  à carência em magnésio.

Nossa época é a do câncer e é igualmente a época de pronunciadíssima deficiência em boro.

Apesar de muitas novas criações na lavoura, resistentes à deficiência em boro – quer dizer, modestas no abastecimento deste mineral – temos ainda como consequência da falta de boro: o envassouramento da mandioca, os caules rachados da salsa, o “cork” das maçãs, as pedras nas bananas maçãs, peras e mamãos, as áreas resinosas em albedo e casca de laranjas com lesões escuras, o “pé preto” da couve nova, o “colo preto” do arroz, a apis deformada do fumo, as espigas múltiplas, pequenas e deformadas com grãos frouxos no milho, o coração marrom (até oco) das beterrabas, as manchas marrons nos caules do alface, etc., etc.

Concentrei por isso os meus estudos no boro e seu metabolismo para saber se há relação entre a deficiência deste mineral e o câncer.

O Boro no metabolismo humano

No domínio vegetal, o balanço de boro-cálcio é o mais delicado. A assimilação do cálcio depende da presença do boro. Falta o cálcio no tecido vegetal por causa da ausência do boro; as células se dilatam, passam a respirar e, – como todos os vegetais e partes vegetais na iminência da morte – multiplicam-se descontroladamente, e segue-se à morte da célula primitiva. Este super brotamento em volta de partes mortas repete-se tanto no pequeno – isto é, no domínio das células – como no grande – isto é, no domínio dos ramos, aí denominado vassouramento.

Boro é um elemento que aparece em infinitésimos traços no corpo humano. Um adulto suporta numa vez só uma quantidade entre 1 a 5 milionésimos duma miligrama por via oral. Administrada, também, por via oral, uma dose de 1/100.000 miligramas resulta nos seguintes sintomas que auto- experimentei: depois de duas horas o ritmo do coração se acelera, a respiração se torna cada vez mais difícil e mais superficial. Hemorragias do nariz e náuseas fortes. Com o passar do tempo, o coração bateu sempre mais depressa até passar somente a vibrar.  Neste estado das coisas, cortei o experimento com uma dose de 20 gramas de sulfato de magnésio, sabendo que o magnésio é o antagonista direto do boro.

Para o melhor entendimento, quero aqui esboçar a ligação e atuação de uns elementos:

(ver foto dos ciclos anexada a esse texto)

Para estabelecer se há falta de boro em doentes de câncer, fiz uma dúzia de exames de sangue. Com o exame químico não alcancei êxito e passei por isso a uma outra forma de análise.

Ministrei a dosagem de boro a um cachorro e cortei sua ação com o magnésio. O animal fica altamente suscetível à mais infinitésima quantidade deste mineral. Estabelece-se então a relação do animal a determinadas doses de boro. Tendo uma vez uma tabela de reações para o animal em questão, pode-se começar com a análise.

Muitas plantas revelaram, assim, alto teor em boro que também foi encontrado no sangue de todos animais. O homem revelou variável teor em boro e fica a apurar se a diminuição do teor em boro significa crescente perigo de câncer ou se as pessoas com baixo nível em boro já são resistentes à falta deste mineral. Podemos tomar por certo que a falta de boro provoca certas reações no homem e no animal.    

As primeiras experiências com boro, administrado por via oral na base de 1/5.000.000 mg duas vezes por dia provocaram o desaparecimento de qualquer inflamação no intervalo de 3 a 5 dias. Cada cicatrização se deu de forma rápida, sem complicação nenhuma. 1/3.000.000 mg, duas vezes por dia, faz desaparecer inflamações crônicas dentro de 2 a 3 semanas. 1/1.000.000 mg duas vezes por dia a voluntários cancerosos deu o seguinte resultado:

  1. em
    carcinomas: (casos perdidos recusados pelos médicos) – Começou uma reação no
    quarto ou quinto dia. Cederam as dores, animou-se o apetite, melhorou o sono,
    desapareceram as feridas e tumores em 45% dos casos.
  2. Em
    carcinomas pós-operatórios: provocaram a rápida cicatrização, mesmo de feridas
    supuradas, em todos os casos.
  3. Em
    sarcomas: (casos perdidos, recusados pelos médicos) – não houve reação nenhuma.

Aqui terminam meus experimentos.

Conclusão:

O boro tem efeito em certos tipos de carcinomas, seja do útero, estômago, laringe, intestino, estômago, bexiga ou pulmão. Porque não dá efeito na grande parte dos casos não é ainda esclarecido. Há um dito popular: “carcinomas ‘fêmeas’ são de fácil cura, enquanto os ‘machos’ são de mais difícil tratamento”.

A falha total em sarcomas – apesar de estar faltando o boro no sangue dos doentes – cria a suspeita de que está faltando ainda outro mineral, que poderia ser provavelmente o zinco.

Parece, em todo caso, que o papel do boro é de alta importância no metabolismo humano e animal, como o é também no metabolismo vegetal. Passa o mesmo pelos hiper-tireoides, onde está transformado em hormônio cujo fim é o de equilibrar o balanço do cálcio.

É possível que os sintomas da falta de boro são no homem os mesmos que nas plantas, e isso já aparece provado pelas experiências feitas.