Importância e alguns exemplos de deficiências (abacateiro, abacaxi, algodoeiro, arroz, soja, banana maçã e cana)

O zinco (Zn) é indispensável para a síntese de proteínas até a época da florescência. Esta deficiência é praticamente limitada aos países de sol claro e forte, isto é, tropicais, e ai aparece especialmente no lado de maior insolação, que, no Brasil, é sempre o lado noroeste.

Esta deficiência é restringida aos solos pesados com muita matéria orgânica ou aos solos leves, bastante acidificados ou neutros. Também uma fosfatação forte dificulta a disponibilidade de zinco. Neste caso é absorvido, mas precipitado já nas nervuras onde se desloca com grande dificuldade. O zinco atua como catalisador na síntese de fito-hormônios que controlam o crescimento. A quantidade de auxina (hormônio vegetal ligado ao crescimento da planta) é reduzida se há deficiência de Zn, o que determina a incapacidade de crescimento das paredes celulares.

Mas atua o Zn também em várias enzimas de respiração. Por exemplo, quando inspiramos, captamos oxigênio. Ao expirar, liberamos gás carbônico. O zinco auxilia nessa troca do oxigênio pelo gás carbônico, e sua deficiência faz com que se acumule CO2 no organismo. Isso pode afetar, dentre outras coisas, a cognição.

A assimilação de Zn é diminuída com a deficiência de cobre. Em cafezais e laranjais, emprega-se 1 kg de sulfato de Zn por 100 litros de água em uma única pulverização. As folhas pequenas são bem diferentes quanto à sua tolerância  a essa deficiência.

Os sintomas gerais da carência em zinco são sempre, em primeiro lugar, uma clorose nas folhas inferiores – e também nas folhas mais velhas dos brotos do ano em curso.

A clorose começa nas margens e pontas das folhas velhas, geralmente excluindo a base. Nas áreas cloróticas logo aparecem manchas necróticas, com um centro mais claro e um halo, isto é, uma auréola destacada, que é o característico das manchas necróticas da deficiência em zinco. Por causa desse halo, a deficiência em zinco foi por muito tempo atribuída a bactérias que podem produzir manhas necróticas da mesma forma. Além disso, os tecidos cloróticos das folhas são em geral secundariamente atacados por fungos ou bactérias, e por causa disso, não se remediou a deficiência antes de empregar fungicida com base em zinco.

O verde das folhas pode desbotar completamente, aparecendo uma cor amarela ou até mesmo branca, que envolve a folha inteira, com exceção da base da veia principal. As folhas são pronunciadamente onduladas.

Uma desfolhação intensa se verifica, enquanto subitamente aparecem folhas muito pequenas, cloróticas, que logo caem por sua vez. As “rosetas” típicas dessa deficiência desenvolvem-se nas pontas das ramas, produzidas pelos entrenós curtíssimos do broto novo, o qual – como é normal – desenvolve um par de folhas em cada entrenó.

Podemos resumir as características da deficiência em zinco do seguinte modo:

  1. Folhas pequenas que aparecem sem causa aparente;
  2. Margens das folhas onduladas;
  3. Rosetas nas pontas dos galhos desfolhados;
  4. Manchas necróticas com auréola.

No abacateiro, por exemplo, desenvolvem-se folhas menores no meio do galho. Uma clorose afeta o tecido que, perto das nervuras principais e, às vezes secundárias, permanece verde. Os frutos são menores e arredondados.

No abacaxi, aparecem manchas amarelas nas folhas com cebtro escuro. Essas manchas juntam-se à área necrótica cujo centro é côncavo. A nervura principal conserva a cor verde.

No algodoeiro, o zinco pode faltar permanentemente em solos alcalinos ou muito ácidos. Em geral, uma sobrecalagem provoca sintomas de passageira deficiência em zinco. Como o algodão é uma planta bastante tolerante à deficiência nesse elemento, efeitos tóxicos – em solos ácidos – são mais comuns. Neste caso, as folhas tornam-se intensamente cloróticas com áreas necróticas.

No arroz, as folhas cloróticas tomam uma cor marrom clara e apresentam tecido morto entre as nervuras. O tecido morto escurece, exibindo uma cor marrom escura. A folha que envolve o cacho é muito crespa e não pode se abrir. A espiga é também muito ondulada. As panículas, com descoloração marrom, são estéreis.

Na soja, as folhas com o tecido quase esbranquiçado apresenta a princípio as nervuras verdes. Mais tarde, somente parte dessas nervuras conserva a sua clorofila.

Nos pés novos de banana-maçã, quando falta o zinco na dieta, as folhas morrem muito depressa. A morte se verifica das pontas e margens para baixo. Uma borda amarela-viva dos tecidos mortos é característica. A casca do tronco fendilha-se e as raízes apresentam partes mortas, tanto em seu tronco como nos cabelos. Manchas marrons e pretas espalham-se pelo tronco e caules.

Na cana, as folhas inferiores tornam-se cloróticas entre as nervuras. O tecido necrótico carece de firmeza e se rasga facilmente. As folhas morrem da ponta para a base. A ponta fica sempre muito rasgada. O broto sai branco. Os pés afetados não soltam flor.

O zinco é altamente solúvel, especialmente nas formas de citrato de zinco, sulfato de zinco e cloreto de zinco. Na forma de fosfato de zinco, porém, a solubilidade é muito menor que nas outras. Quando o zinco falta, as folhas apresentam um tecido esbranquiçado, onde permanecem verdes as veias principais e secundárias. Esse fato é típico nas deficiências em manganês e zinco no algodão, mas o manganês provoca maior clorose nas folhas superiores, ao passo que o zinco provoca-a nas folhas inferiores. O crescimento é retardado e a formação de flores é seriamente prejudicada.