Quase ninguém se dá conta de que bilhões de animaizinhos populam cada metro quadrado do solo. Em parte são tão pequenos que somente podem ser vistos ao microscópio (microfauna). Em parte são visíveis a olho nu, mas ainda de tamanho tão reduzido que somente podem ser vistos com observação muito atenta (mesofauna). E em parte, são de tamanho maior como as minhocas, centopéias e inúmeros insetos (macrofauna), de modo que já são conhecidos por todos.
Geralmente, ninguém liga para os animais do solo enquanto não se tornarem praga e não incomodarem. Ademais, também não perguntam por que chegaram a constituir uma praga, e simplesmente os combatem com defensivos de alta toxicidade como o DDT, o BHC, Aldrin e outros que hoje já são proibidos na maioria dos países civilizados para uso em culturas e nos rebanhos. Na euforia de poder proteger suas colheitas de pragas, muitos passaram todos os limites do razoável, pondo em perigo toda a vida silvestre tanto das águas quanto dos campos.
Hoje se observa claramente que nos países onde existe o uso racional dos pesticidas os resíduos tóxicos em animais e homens são mínimos, enquanto que em países onde ainda vigora um uso irracional de defensivos a intoxicação de animais e humanos é impressionante, causando inúmeras “doenças de civilização”, ou melhor, de “princípio de civilização”.
O maior perigo dos defensivos é que as pragas se tornam mais resistentes, obrigando à produção de fórmulas sempre mais tóxicas. A agricultura torna-se cada vez mais difícil, mais arriscada, mais onerosa e mais desastrosa, pondo em perigo também todo o meio ambiente e com isso a sobrevivência do homem em vastas áreas do nosso globo. Apesar de todo o progresso técnico, o homem é e será somente parte da natureza.