Podemos distinguir três tipos de adubação verde, todos eles bastante usados. A escolha do tipo depende das culturas que devem ser beneficiadas. A leguminosa é plantada:
- como cultura própria
- intercalada em outras culturas
- como cultura sombreadora
Reina geralmente a crença de que a adubação verde deve ser plantada como cultura própria. Isso, porém, só é aconselhável em casos em que o solo esteja muito decaído, impróprio para produzir qualquer outra cultura econômica. Então temos de plantar leguminosas para melhorar a estrutura do solo, a fim de possibilitar futuras safras econômicas. Mas é essa a única ocasião em que este método recompensa as despesas. Nunca devemos concluir que todos os modos de agir de um agricultor sejam bons só porque ele os usa, pois é provável que ignore outros melhores. Na adubação verde convém sempre indagar:
– se a adubação é economicamente justificável;
– se não se perde, talvez, uma safra comercial;
– se a leguminosa usada combina com a cultura seguinte
Não se justifica uma adubação verde às pressas com negligência dos necessários cuidados só porque é preciso que seja logo retirada do campo a fim de se poder plantar, ainda, por exemplo, milho, arroz, batatinhas ou outra cultura comercial. O “stand” da leguminosa será ruim, a nodulação ficará faltando, a adubação será deficiente e nada adiantando, além de ser cara.
Por outro lado, é bem compreensível que ninguém queira perder uma safra comercial, pois o agricultor de hoje se encontra já numa situação economicamente bastante precária e precisa plantar para ganhar dinheiro, mesmo que seja somente muito pouco por ser baixa a safra. Assim sendo, a adubação verde, mesmo que reconhecida como poderosa melhoradora do solo, não se tornará prática comum.
Um dos fatores mais importantes mas infelizmente menos experimentados é a escolha de uma leguminosa que combine melhor com a cultura seguinte. Se ela não combinar bem, as bactérias moduladoras, soltas no solo, atacam como parasitas as raízes das plantas da cultura e o prejuízo pode ser grande. Assim, é fato bem conhecido que, por exemplo, o trevo não combina com a aveia porque suas bactérias não combinam entre si. Em muitos casos, elas se comportam de forma neutra, o que não é mau mas também não traz vantagem. Por que só alcançar um meio êxito quando podemos obter êxito completo? Se escolhemos uma leguminosa que combine bem com a cultura seguinte, as bactérias rizóbias contribuem para a assimilação de fertilizantes, e assim, mesmo em solos meio pobres, conseguiremos boas safras.
São “amistosas”, por exemplo: a mucuna com o milho; o trevo com o trigo, o feijão fradinho cm a cana, o tremoço com o café, a ervilhaca com o algodão, dentre outras parcerias.