Para que haja minhocas em um solo este tem de conter o suficiente de matéria orgânica e ser protegido contra ressecamento. Assim, os primeiros agricultores em plantio direto (PD) criaram o “clube das minhocas” porque avaliaram o sucesso do PD pela quantidade de minhocas que apareceram.
As minhocas produzem agregados de até 4 mm de diâmetro muito estáveis à água. Especialmente pela aplicação frequente de esterco de galinha, aparecem minhocas demais que podem tornar o solo de tal maneira permeável que não consegue mais segurar umidade.
Minhocas enriquecem os solos com cálcio e aumentam o nível dos outros nutrientes no solo, agregando-o e contribuem para sua permeabilidade, podendo fazer túneis de até 1 metro de profundidade que contribuem para o melhor enraizamento do solo.
Se faltar matéria orgânica e os solos se adensam, as minhocas fazem um nó no seu corpo e se enrolam como bolinhas pequenas para não perder umidade e precisar de pouco oxigênio para poderem sobreviver. Porém, se esta situação permanece, elas morrem.
Nos solos dos trópicos úmidos com chuvas diárias, as minhocas fazem parte também dos solos agrícolas. Na Amazônia, em pastos bem manejados onde o solo recebe suficiente matéria orgânica e o capim nunca é mais baixo que 60 cm e o solo permanece úmido, a quantidade de minhocas é surpreendente. O solo tem de ser bom pra abrigar minhocas mas as minhocas o melhoram aumentando sua produtividade.
As minhocas californianas (Lumbrices) são muito eficientes na decomposição de esterco, produzindo composto de boa qualidade. Porém, não prestam para viver no solo e cavar. Mas diz-se que as minhocas africanas (Eisenia) são mais eficientes na compostagem enquanto que as nativas são mais eficientes para cavar o solo. Em solos adequados, em 4 anos toda a terra passou uma vez pelo trato intestinal delas.
A atividade das minhocas pode ser observada por meio de decomposições na superfície e encontradas diretamente no perfil do solo. As decomposições, em forma de agregados de até 4 mm de diâmetro, possuem alta estabilidade e contribuem para que o solo seja permeável e não encrostar fácil.
Os canais verticais que as minhocas produzem servem para a infiltração da água pluvial, o arejamento e a penetração das raízes até maiores profundidades. A contribuição das minhocas à decomposição da matéria orgânica e a formação de grumos é significativa.
Por outro lado, deve se adicionar permanentemente matéria orgânica ao solo, não somente para que as minhocas possam nutrir-se mas também para proteger o solo contra a insolação direta e o aquecimento e ressecamento do solo. Sem umidade, minhocas não sobrevivem.