Agricultura e vida

A agricultura é a base da humanidade. Mas tem mais uma particularidade. Nosso planeta não possui energia própria. Toda a nossa energia vem do sol. E se não existisse alguém que soubesse transformá-la em energia química, em substâncias orgânicas, em produtos comestíveis, a Terra seria tão estéril como a lua.

Nenhum cientista e nenhum superespecialista, por enquanto, conseguiu transformar energia luminosa em energia química. E sem essa transformação não haveria vida alguma em nosso globo, nem micróbios, nem animais, nem seres humanos. Nada! E esse alguém que consegue o milagre que possibilita a vida são as plantas. A agricultura trabalha com as plantas e portanto, gerencia esse processo vital, ou, no mínimo, deveria gerenciá-lo.

A planta também é o elo entre o solo e a vida animal, inclusive a humana. Ela retira os minerais do solo, utiliza-os como catalizadores e passa-os adiante aos herbívoros. Os únicos “minerais” que ela usa para formar suas substâncias são o enxofre e o nitrogênio, que, a rigor, não é um mineral mas um gás. Se existe nitrogênio na terra é graças à fixação microbiana e não ao húmus, que é uma espécie de derivado de plantas mortas e conservadas.

E para que a vida animal e humana necessita de minerais? Para construir seu esqueleto e seu corpo. Esses não se constroem graças aos genes, mas aos minerais que as plantas fornecem. Os genes somente fornecem o programa “computadorizado” segundo o qual o corpo se formará. Mas se faltar algo previsto nesse programa, passa-se para alternativas que, de maneira alguma, são vantajosas. Os seres ficam mais fracos, menos resistentes, menos inteligentes, menos saudáveis.

Certamente seria possível conseguir esses minerais através das drágeas fornecidas pelas farmácias e drogarias. Observe-se, porém, que o corpo humano necessita de entre mais ou menos 80-90 minerais diferentes, uns em traços infinitamente pequenos. Mas, afinal, o corpo necessita deles. Esses traços minúsculos têm a propriedade de serem acentuadamente tóxicos se ultrapassarem um pouquinho só a quantidade adequada. Entre essencial e mortal os limites são delicados.