A maioria das leguminosas (além de gramíneas) utilizadas como adubos verdes, é mais produtiva em solos de média a alta fertilidade, o que sugere repensar o seu manejo para recuperar solos de baixa fertilidade e favorecer a cultura principal com mais material orgânico no solo.
Por exemplo, adubar os adubos verdes (leguminosas, gramíneas e outros) e adubar menos a cultura principal, numa visão de sistema ao longo de um ano agrícola (cortando-se o adubo verde somente ao florescimento ou com fitomassa abundante). Além disso, verifica-se que as gramíneas (aveia preta, sorgo forrageiro, milho, milheto e até braquiária, (inclusive na integração lavoura-pecuária) produzem mais fitomassa que as leguminosas.
A adubação verde com leguminosas pode ser feita, de preferência, com as plantas mais fibrosas: guandu, crotalária juncea e paulina, feijão de porco, mucuna cinza e preta (essa é a única que vai bem em solo pobre).
Atualmente usa-se muitas gramíneas, aveia preta, milheto, o próprio sorgo e o milho, e agora em grande escala a braquiária, com a qual se faz rotação na integração lavoura-pecuária. Além de as gramíneas produzirem mais fitomassa, esta têm maior durabilidade, o que é desejável. As leguminosas têm vantagem de fixar N e terem raízes pivotantes que afrouxam o solo em profundidade.
Essa adubação (na adubação verde) deve ser feita especialmente por cálcio e fósforo (pode ser fosfato natural que já vem com os 2), e até mesmo potássio se necessário (pode ser por meio de pó de pedra, ou cinza de madeira). Ou outra fonte de fácil disponibilidade no mercado.
Devemos priorizar a produção de matéria orgânica (restos de culturas, adubos verdes, rotação com pastagens), integração lavoura-pecuária, adubos de baixa solubilidade e por fim os de solubilidade mais rápida quando necessário. O mais importante é o orgânico e a água. E quando necessário, o cálcio e fósforo. E os micronutrientes.
A agricultura se iniciou nos solos mais férteis, que vão sendo lentamente cobertos pelas cidades e estradas, sobrando solos marginais, com deficiência múltipla de nutrientes, e que precisam ser repostos para atender culturas selecionadas em solos férteis. Selecionar culturas para solos pobres deu problema na qualidade do produto, sem valor comercial: feijão, milho, arroz, trigo tudo ruim. Precisa adubar o mínimo com rochas moídas ou adubos solúveis aplicados parceladamente.
A braquiária é cultivada como fonte de material orgânico em cafezais e laranjais. Ela é adubada com estercos ou adubos minerais para acelerar a produção de fitomassa. Quando se utiliza pastagens para rotacionar com lavouras, é preciso estimular a braquiária com adubação nitrogenada para produzir fitomassa e esta resultar em boa cobertura morta para a lavoura. Só para se ter uma ideia de rapidez, a recuperação da permeabilidade do solo em pastagem de braquiária degradada pode ocorrer em um período de descanso de 18 meses, ou levar três meses quando esta for adubada com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, além de calcário, quando estiverem faltando.A meta deve ser sempre recuperar e conservar a estrutura granular (grumosa) e porosa do solo, e sua capacidade de captar e armazenar água das chuvas e de irrigação.