Em monocultivos, onde poucas espécies recebem condições de vida, as outras ou morrem de fome ou se enquistam, esperando por tempos melhores. Portanto, a quantidade de biomassa não garante a diversidade da vida do solo, nem sua produtividade. O segredo da incrível produtividade dos solos tropicais está na diversidade enorme de sua capa vegetal…
São os microrganismos que mobilizam os nutrientes. Geralmente, somente se toma notícia de microrganismos quando atacam nossas culturas como patógenos. Fala-se até de patógenos obrigatórios e mesmo assim eles “conseguem sobreviver” anos sem que a cultura se repita. Vivendo de que? Microrganismos têm uma vida de 30 minutos. Crescem e se multiplicam em meia hora. Isso significa que necessitam comer porque não existe ser vivo capaz de se multiplicar sem alimento. Alguns ainda podem se enquistar, sobrevivendo tempos adversos desta maneira. Dizem que alguns sobrevivem em “plantas hospedeiras”. E a maioria?
Por exemplo, a Pseudomonna vive pacificamente na rizosfera do fumo, fixando nitrogênio. Mas quando o fumo se torna fraco, especialmente devido à falta de potássio, ela sai do solo e ataca as folhas arrasando com a cultura. Ou o Aspergillus é temido porque faz as sementes apodrecerem. Todas as sementes são tratadas com fungicida para evitar o ataque do Aspergillus niger. Mas sabe-se hoje que este fungo somente ataca e apodrece as sementes fracas. Sementes fortes e sadias, ele ajuda a nascer mais rápido…
Os microrganismos do solo fazem parte do ciclo da vida. A planta forma matéria orgânica a partir da energia captada, CO2 e água em presença de minerais e os microrganismos e insetos a decompõem para obtenção de energia, CO2 e água, liberando os minerais. O ciclo se completou e pode iniciar-se outra vez. Mas eles atuam como uma espécie de “polícia sanitária” do nosso Globo, decompondo todo tipo de material morto, doente, fraco e velho, sendo programados para determinadas substâncias, através de enzimas.
E, se uma fórmula química recebe mais 1/2 átomo de oxigênio, tal fórmula muda, constituindo outra enzima, que precisa entrar em ação. Isso significa que o raio de ação dos microrganismos e insetos é muito limitado. Por exemplo, quando uma larva devora uma folha que não possui substância nenhuma que sirva para suas enzimas, ela morre de fome e indigestão.
Na natureza há uma “programação” que o homem deveria respeitar.