O arroz vegeta em diferentes tipos de solo, segundo o tipo de cultura. Por isso não se pode generalizar de modo nenhum qual deva ser seu tipo de solo, porque isso depende principalmente das condições em que a cultura é feita.
As culturas semi aquáticas (irrigadas) preferem os solos argilo-silicosos com boa porcentagem de cálcio, porém de fertilidade média. Solos turfosos são pouco favoráveis a esta cultura e os arenosos completamente inadequados.
As culturas de espigão preferem solos frescos, fofos, com bom teor húmico, meio arenosos. Principalmente as da formação Bauru, relativamente ricos em elementos minerais, são próprios para o arroz. Havendo chuvas regulares, as terras férteis de cultura, como as que se usam para algodão e milho, são também próprias para o arroz.
A análise química do solo não fornece guia seguro para a adubação, especialmente nas culturas semi aquáticas porque estas não podem ser comparadas com as demais.
Os solos mais apropriados para a rizicultura são aqueles cujo pH fica entre 4 a 6, com um teor de nitrogênio entre 0,1 e 0,6% e com acidez fosfórica entre 0,04 a 0,17%. As necessidades do arroz são diferentes das culturas comuns. Por exemplo, fala-se que o arroz não precisa de solos de boa fertilidade o que é certo no que concerne à riqueza em elementos principais. Muitos concluem que o arroz como planta acidófila, é hostil ao cálcio, o que é um erro. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) recomenda 10t/ha de adubo calcário para as culturas de arroz. Essa quantidade é exagerada especialmente porque bloqueia os elementos raros, pelo que se torna mais prejudicial do que benéfica. Isso, porém, não quer dizer que não se deva atender às necessidades de cálcio que tem o arroz. Acidófilo não quer dizer hostil ao cálcio mas sim, apenas, que a planta precisa de muitos elementos raros.
Sobre a melhor época de plantio, não existe dúvida nenhuma. Pode-se plantar o arroz nos primeiros dois meses das águas, o que significa para São Paulo que a plantação deve ser feita de meados de setembro até a primeira quinzena de novembro, sendo a época mais indicada, sem a menor dúvida, de meados até o fim de outubro.
O arroz não gosta de plantio fundo, por isso, nem mesmo nas culturas de espigão os campos devem ser gradeados no dia do plantio, mas sempre com uma semana de antecedência para permitir que a terra se “assente”. O plantio fundo impede o bom desenvolvimento das plantas.
Está provado por inúmeras experiências que o arroz das culturas irrigadas não absorve mais água que o das culturas secas. Contudo, as condições apresentadas pelas culturas imersas possibilitam-lhe maior consumo de silício e elementos raros, muito importantes para o bom rendimento do cereal. Geralmente a necessidade de água, seja de irrigação ou das chuvas, tanto nas culturas secas como nas semi aquáticas depende:
- Do lençol de água subterrâneo
- Da topografia do terreno e da insolação
- Do tipo e do preparo da terra
- Da matéria orgânica e estrutura do solo
- Da evaporação efetiva das plantas, que por sua vez, depende do clima, da temperatura e da velocidade do vento (planícies sem quebra-ventos, montanhas ou paisagens com florestas)
- Da quantidade de água disponível no início da vegetação
Nas culturas secas, deve-se ter como regra o seguinte fato:
A adubação orgânica baixa a exigência absoluta de água do arroz. Essa regra é de dupla importância pois a adubação orgânica não só aumenta a capacidade retentora de água no solo como também torna as plantas mais sadias e vigorosas, com gasto de água relativamente menor.