A bactéria Vivi

A função das bactérias no solo, em “A Convenção dos Ventos”.

“Vivi (a bactéria do clã das Cytophagas) observou como o azotobacter, que todos chamavam de azo, de repente começou a trabalhar mais. Ele esteve muito folgado na captação de nitrogênio. Agora que a ameba apareceu, parecia uma fabricazinha mesmo.

De repente, abocanhou um pouco da geleia da vizinha de Vivi e, em troca, devolveu algum nitrogênio. Para Vivi, nem olhou. Tinha produzido tão pouco! A vizinha tinha recebido tanto nitrogênio que sobrava, e Vivi roubou um pouco. Agora estava com muito mais força. Como o nitrogênio a fortaleceu! Mas de repente, ela parou. Que coisa. Quem move Vivi, sua vizinha e as geleias? Uma raiz que estava por perto explicou:

– É a força negativa de sua geleia que atrai a força positiva dos minerais agarrando vocês e formando estas pelotinhas, os grumos.
– E isso serve pra quê? A raiz riu, riu e se torcia de rir:
– Ah! Você não sabe. É para fazer os mini túneis no solo, os poros, onde depois entra ar e água. E estes servem para nós, para vocês, para os bichinhos que vivem aqui, serve para mandar água para os poços e cacimbas e para os rios. E o oxigênio e a água servem para os minerais, para se oxidar, para dissolver, para melhor servir às plantas…

– Era difícil compreender tudo isso. Mas, mesmo assim, Vivi compreendeu que ela era muito importante e sem o trabalho de seu clã não haveria água para as plantas crescerem, nem para os rios correrem, nem para as usina elétricas dos homens, sobre os quais o vento tinha contado. Não podia imaginar que um pinguinho de ser tão minúsculo como ela, que somente dava para enxergar com microscópio com mil vezes de aumento, podia ser tão importante; que praticamente toda vida na terra dependia dela.”