Sabe-se que toda vida em nosso globo depende dos microrganismos, os primeiros seres vivos em nosso planeta. O gás carbônico produzido pouco a pouco foi se acumulando na atmosfera, formando uma camada protetora que impedia a entrada livre dos raios ultravioleta e possibilitando a vida na superfície da Terra.
Para garantir a vida acima do solo, apareceram especialmente diversos fungos como Streptomicetos, Actinomicetos, Aspergillus etc. E bactérias como o Azotobacter, Diplococcus, Thiobacter, Pseudomonas, etc. Mas como cada ser vivo necessita de um alimento, eles dependem de suficiente matéria orgânica no solo, e desaparecem se esta se esgotar. E quanto mais profunda a aração, tanto mais micróbios aparecem e tanto mais rápido esgota-se a matéria orgânica.
A nutrição vegetal depende da planta encontrar no solo todos os minerais nutritivos necessários e estes, dependem de uma micro vida ativa, que os mantém disponíveis. Em solos mortos, compactados, a planta não consegue retirar os nutrientes necessários e portanto necessita de adubação e irrigação.
Normalmente entende-se sob “microrganismo do solo” rizóbios e micorrizas. Porque estes e apareciam de maneira muito visível nas raízes. Poucos atribuem à vida do solo aos microrganismos em geral… Mas o sol vive como? Nutrientes minerais não se movem por conta. E viver somente pode algo que tem vida. Onde está a vida do solo?
E quando alguém fala de matéria orgânica, geralmente acredita que as plantas se nutrem de matéria orgânica usando composto e húmus…Que nenhuma planta consegue morder um pedaço de outra como se oferecem no húmus e composto, não se considera…
E, como as plantas crescem melhor com a matéria orgânica no solo, conclui-se que elas a usam como alimento. Mas plantas não comem outras plantas, nem pedaços delas. As plantas somente conseguem absorver minerais e compostos simples de minerais. Então esta matéria orgânica não pode servir de comida para as plantas mas somente de comida para os microrganismos do solo que depois mobilizam os nutrientes para as plantas.
Se falamos de “solos vivos” e “solos mortos” referimo-nos à sua vida, ou seja, aos micróbios que atuam nele e que, como alimento básico necessitam de matéria orgânica. Por isso o sistema de queimar os restolhos, elimina a comida dos micróbios que começam a minguar. E quando ainda se revira o solo pela aração, causando seu arejamento explosivo e com isso uma multiplicação explosiva de micróbios, gasta-se sua matéria orgânica em pouco tempo…
O que resta após uma aração mais ou menos profunda ( 20 a 35 cm) são somente as ligninas, que possuem uma relação C/N acima de 40. E para que essa matéria orgânica estável se decomponha também, usa-se adubo nitrogenado que aproxima esta relação C/N à 18/1 e menos, possibilitando sua decomposição. O solo fica sem matéria, isto é, sem comida para seus micróbios que consequentemente entram em estado de repouso ou simplesmente morrem.
Podia ter ainda alguma matéria orgânica no solo. Se o sistema radicular é bem desenvolvido, pode acrescentar ao solo até 20 t/ha de matéria orgânica. Em solo compactado, as raízes são mínimas e as plantas dependem quase inteiramente dos adubos acrescentados. Neste caso, o solo está morto, ou seja, sem vida, e portanto compactado e serve como suporte para as plantas de cultura mas não como fonte de sua vida…
Nutrientes ( adubos) e água têm de ser fornecidos e como a planta necessita de mais ou menos 45 nutrientes diferentes e normalmente recebe 3 (NPK) e no máximo 15 nutrientes, o desequilíbrio nutricional impede a formação de muitas substâncias vegetais e que permite o estabelecimento de muitas pragas e doenças. Pode ter certeza: se o solo for duro e portanto morto, pragas e doenças proliferam em quantidade cada vez maior…
Considerando a relação solo-planta-animal/homem na agricultura orgânica e ecológica, a planta necessita de 46 nutrientes: (17 essenciais, quatro benéficos, dois que podem interferir, três úteis para algumas espécies e mais 20 se a planta for alimento para animais), mas recebe somente três (NPK).
Elementos essenciais não minerais, 3: H, C, O.
Minerais essenciais, 14: B, N, Mg, P, S, Cl, K, Ca, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Mo.
Minerais benéficos, 4: Na, Si, Co, Se.
Outros podem interferir: Al, V.
E mais 3: Li (para algumas plantas), Ge (substitui parcialmente o B), Sc, Ti, Br. (Rb usado para estudar o K), Ga (essencial para fungos e algas), La (nutrição de suínos), Ce (Cério) em pequenas doses pode ser benéfico.
E essenciais a animais e se encontrados na forragem beneficiam animais: de 20 a 25:
Al, Sb, As, Ba, Be, Bi, Cd, Cs, Cr, Co, F, Ga, Au, I, Pb, Hg, Ni, Se, Ag, Sr, Tl, Sn, Ti, W, V.