(Nutrientes e Ativadores de Enzimas)
Numa comparação entre os ecossistemas de clima temperado e tropical, verifica-se que os solos temperados (em sua composição de argilas) possuem a tendência de serem mais ricos em elementos minerais, e mais ainda, pela presença de matéria orgânica, ou seja, o aumento da CTC (capacidade de troca catiônica) pelo húmus e huminas (até 2200mmol). Por outro lado, sabe-se que a maioria dos nutrientes têm sua absorção diminuída por temperaturas baixas (média 140 C) e pH elevado (6,8 a 7,0). Nos trópicos, todo sistema é orientado para a intensidade da biota do solo que perfaz ao redor de 20 milhões de microrganismos por cm3, contra 1,5 a 2,0 milhões no clima temperado.
Aqui, todos os fatores são orientados para diminuir a CTC (entre 10 e 70 mmol) do solo, inclusive o húmus, que, ocorrendo especialmente em forma de ácido fúlvico, lixivia o solo.
Sabe-se, entretanto, que, por exemplo, o nitrato é bem melhor absorvido em climas quentes e de solos ácidos do que em climas temperados e de solos neutros.
Observando o ciclo da vida, verifica-se a estreita inter-relação entre a fotossíntese, a produção de matéria orgânica, a agregação do solo pelos microrganismos e a entrada de ar e água. Essa inter-relação melhora o metabolismo vegetal com o aumento da microbiota pelas excreções radiculares, aumento da mobilização de nutrientes pelos microrganismos, maior crescimento vegetal, melhor alimentação da biota do solo, melhor nutrição vegetal, e assim por diante.
Este sistema permitiu que se desenvolvesse a mais luxuriante mata tropical na Amazônia, em solos extremamente pobres. Não é somente graças à reciclagem extremamente rápida da matéria orgânica, mas também à reutilização dos “nutrientes”. Atualmente, denominam-se todos os minerais que as plantas necessitam de “nutrientes”, porém, a rigor, somente o nitrogênio e o enxofre são nutrientes, tomando parte da estrutura orgânica; talvez o ferro e o magnésio ainda poderiam ser considerados nutrientes, mas os demais, incluindo o potássio, são somente ativadores de enzimas catalisadoras, migrando de volta ao solo quando se inicia a maturação das sementes.
Num ensaio de 50 anos foi constatado que um solo que recebeu regularmente adubos nitrogenados ou composto de esterco possuía menos nitrogênio do que um solo que somente recebeu material orgânico, simplesmente devido aos solos adubados dependerem dos adubos enquanto no solo “natural” desenvolveu-se um sistema eficiente de fixação de nitrogênio por microrganismos. Não somente Azotobacter, Beijerinckia ou Spirillium fixa nitrogênio. Muitas bactérias o fazem sozinhas, como as pseudomonas ou em associação com a Subtilis mais a Megatherium. Outras bactérias mobilizam nutrientes como, por exemplo, as Lactobacter, que conseguem mobilizar fósforo e silício.
Fotografias Kirlian das emanações magnéticas das folhas mostram que a planta é doente ( mal nutrida e deficiente) quando é atacada por parasitas e que apenas o controle das mesmas não pode sanar a planta. A planta é limpa mas permanece doente fornecendo um produto de valor biológico muito baixo que também não pode manter a saúde dos animais e homens que o consomem.
Somente em solo sadio podem se criar plantas sadias e somente plantas sadias podem manter homens sadios. Portanto, a nutrição vegetal e sua saúde dependem exclusivamente do solo e de sua vida. Pela conformação da raiz pode-se verificar se o solo está em boas condições. Em solos sadios não há vida parasita. Esta aparece no momento em que o solo estiver doente. E, por enquanto, se um solo estiver decaído e doente, o método mais fácil de recuperá-lo é abandoná-lo, entregando-o à natureza para que o recupere através de seus processos.