A seguir, um trechinho do livro “A Convenção dos Ventos”, livro de contos de agroecologia recém-lançado pela editora Expressão Popular em que Ana dá voz a Deus para explicar como na natureza há uma sintonia perfeita.
O Hidrogênio
(…) Gases são minerais? O urânio dizia que sim, com um olhar furtivo ao hélio. O hidrogênio disse que não, não querendo ter nada em comum com estas criaturas orgulhosas e maliciosas. E enquanto todos os minerais se orgulhavam de sua forma e de seu brilho e de seu papel na terra, o hidrogênio ficou triste. Que forma, cor e utilidade tinha ele?
Aí Deus o chamou e disse:
– Como Eu sou o início e o fim, o alfa e o ômega, quero que você seja o início de tudo que tenha vida e que criarei neste mundo.
E depois chamou o oxigênio e disse:
– Você dará vida, mas também será o fim de tudo. O que o hidrogênio formar, você destruirá para que a vida possa continuar. E, assim, cada decomposição será uma oxidação. Dou-lhe também poder sobre os minerais que podem corroer. Somente os que são metais com brilho de sol e lua, sobre estes não terão poder. Daqui em diante, sejam companheiros! – e numa explosão de imensa alegria os dois se abraçaram e saíram unidos na forma de um líquido cristalino, a água. Substância das mais importantes para a vida, seja na forma sólida, líquida ou gasosa.